De acordo com o chefe do departamento central do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Joaquim Mungongo, citado pela agência Lusa, os suspeitos assumiram a prática, "adiantando estarem há mais de três anos no exercício ilegal desta actividade, tendo como líderes supostos oficiais das FAA".

Na apresentação da dupla à imprensa, realizada hoje em Luanda, o responsável do SIC explicou que, em função da patente solicitada pelos candidatos, os falsos recrutadores cobravam, à cabeça, entre 100 mil e 250 mil kwanzas, e exigiam, como requisitos únicos, "bom porte físico e disponibilidade financeira".

O esquema lesou mais de 700 cidadãos ao longo desses três anos, informou Joaquim Mungongo, acrescentando que os detidos foram apanhados com centenas de fichas preenchidas com timbres das FAA, Disponibilidades Militares, carimbos da 2.ª Conservatória de Registo Civil de Luanda, bem como com uma lista de candidatos contendo acima de 600 nomes.

Questionado pela Lusa sobre uma eventual integração fraudulenta de alguns desses cidadãos no sistema nacional das FAA e da Polícia Nacional, Joaquim Mungongo adiantou apenas haver "alguns indícios que estão em investigação".