De acordo com o juiz do processo, José Pereira, o réu incorreu na prática de cinco crimes de burla por defraudação, quatro de violação sexual, seis de instrução e chantagem, cinco de ameaças e um de roubo.

Segundo relatos das vítimas, "Jota Jota" interpelava jovens em plena via pública e dizia: "Estás suja, deves fazer um tratamento."

Dando garantia às raparigas de que tinha poderes espirituais para encontrar a solução para os seus problemas, exigia, para o tratamento, que as mulheres pagassem entre dez e 50 mil kwanzas e tivessem relações sexuais com ele.

"Jota Jota" efectuava os tratamentos em casa das vítimas e no cemitério da Mulemba, em Cacuco, e às vezes numa mata densa, nos arredores da Centralidade do Sequele, num ritual íntimo, incluindo banhos sem roupa, com perfumes, pó de talco, whisky, leite condensado, ovos, anzol, linha de pesca, velas e sal grosso, entre outros objectos.

João de Deus, de 57 anos, foi detido em Março do ano passado, pela Polícia Nacional, por denúncia de duas das vítimas.

O tribunal Provincial de Luanda deu como provadas todas as acusações de que o réu "Jota Jota" era acusado.

De recordar que o julgamento de João de Deus tinha sido adiado no passado dia 13 deste mês, pelo tribunal de Luanda, por falta de energia eléctrica.

Ontem, o julgamento ocorreu na oitava sessão da Sala dos Crimes Comuns. O juiz, José Pereira, decidiu que o réu deve pagar 500 mil kwanzas de indeminização às jovens ofendidas e 100 mil de taxa de justiça, para além de cumprir pena de 22 anos de prisão.

Em declarações à imprensa, o advogado de defesa, Campos Agostinho, garantiu que vai interpor recurso, afirmando que "os factos não foram provados em audiência".