A decisão foi tomada por unanimidade, durante a 41.ª sessão da Comissão de Património Mundial da UNESCO, reunida na cidade polaca de Cracóvia, e marca a estreia de Angola no grupo de países com monumentos e sítios que ostentam a categoria de património mundial da humanidade

A candidatura da cidade histórica de Mbanza Kongo à classificação de património mundial pela UNESCO foi desencadeada em 2014 e formalizada já em Janeiro de 2015, tendo sido considerada incompleta por aquele organismo internacional. Em causa esteve a falta de detalhes no mapa cartográfico que integrou a candidatura anterior.

O centro histórico de Mbanza Kongo está classificado como património cultural nacional desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

Envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado de "Tadi dia Bukukua", supostamente o antigo palácio real.

Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias, o Reino do Kongo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.

Critérios

Todos os locais candidatos a património da humanidade são propostos pelos países onde se encontram e os critérios actuais para que uma candidatura seja bem sucedida são os seguintes:

Representar uma obra-prima do génio criativo humano.

Mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitectura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou do desenho de paisagem.

Mostrar um testemunho único, ou excepcional, de uma tradição cultural ou de uma civilização que está viva ou que tenha desaparecido.

Ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana.

Ser um exemplo destacado de um estabelecimento humano tradicional ou do uso da terra, que seja representativo de uma cultura (ou várias), especialmente quando se torna(am) vulnerável(veis) sob o impacto de uma mudança irreversível.

Estar directamente ou tangivelmente associado a eventos ou tradições vivas, com ideias ou crenças, com trabalhos artísticos e literários de destacada importância universal.

Conter fenómenos naturais excepcionais ou áreas de beleza natural e estética de excepcional importância.

Ser um exemplo excepcional representativo de diferentes estágios da história da Terra, incluindo o registo da vida e dos processos geológicos no desenvolvimento das formas terrestres ou de elementos geomórficos ou fisiográficos importantes.

Ser um exemplo excepcional que represente processos ecológicos e biológicos significativos da evolução e do desenvolvimento de ecossistemas terrestres, costeiros, marítimos ou aquáticos e comunidades de plantas ou animais.

Conter os mais importantes e significativos habitats naturais para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles que contenham espécies ameaçadas que possuem um valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação.