A posição do ministério tutelado por Augusto da Silva Tomás vem expressa num comunicado divulgado ontem, cinco dias depois de a Emirates ter transmitido ao Governo a saída da gestão da transportadora aérea nacional.

"Lamentamos a forma brusca e menos flexível como a Emirates pôs fim a uma parceria estratégica que vinha gerando bons resultados, e que certamente geraria resultados ainda melhores ultrapassadas as dificuldades conjunturais", considera o Ministério dos Transportes, criticando a argumentação usada pela companhia aérea sediada nos Emirados Árabes Unidos.

"Cabe assinalar que a Emirates misturou indevidamente dois planos distintos que são a sua operação em Angola enquanto companhia de aviação e o acordo de gestão que rubricou com a TAAG", lê-se na mensagem.

O comunicado do Ministério dos Transportes sublinha igualmente que o timing da saída da Emirates forçou o Executivo a encontrar uma solução provisória.

"Atendendo ao facto de estarmos a pouco mais de um mês da realização de eleições gerais em Angola, de onde resultará uma nova legislatura e um novo Executivo, o Governo de Angola decidiu não nomear um novo conselho de administração para a TAAG e, ao invés, nomear uma comissão de gestão, que se encarregará da gestão corrente da empresa".

O Ministério dos Transportes recorda ainda que a ligação à Emirates estava em vigor desde 2015 e pretendia dotar a companhia angolana de uma "gestão profissional de nível internacional, libertando-a de problemas de eficácia e eficiência que vinham persistindo há longos anos".

A meta, garante o Executivo, vai continuar a ser perseguida: "Mantém-se também o plano de negócios que foi desenhado", assinala o comunicado.

Os objectivos traçados passam por elevar os padrões de operacionalidade e segurança, melhorar o serviço prestado e sanear financeiramente a transportadora, através de um "maior rigor em todos os processos de controlo", reduzindo os custos de operação da TAAG e aumentando a sua rentabilidade.