Este ano, a Namíbia, país que há décadas procura colocar-se na lista dos estados africanos sem malária, ou "malária free", viu-se confrontada com mais de 23 mil casos de malária (paludismo) só até Maio, e cerca de duas dezenas de vítimas mortais do plasmodium transmitido pelo mosquito anopheles

Perante este quadro, os ministérios da Saúde dos dois países acabam de assinar um memorando de entendimento que determina as bases da cooperação para melhor combater a doença, tanto em Angola como no seu vizinho do Sul, muito menos habituado a lidar com esta doença, que lidera a lista das causas de mortalidade em Angola.

A ministra namibiana da Saúde e dos Serviços Sociais Juliet Kavetuna, depois de assinar o documento, afirmou que este instrumento pode ser de grande importância para ambos os países adquirirem melhor habilidade no combate a esta doença e no tratamento das suas vítimas.

O "draft" do memorando de entendimento para a gestão desta colaboração nas regiões fronteiriças vai ser entregue às instâncias legais e aos parceiros sociais para que seja prestada uma colaboração eficaz à parte angolana no combate à malária no Sul do país", disse Kaventuna, referindo-se claramente ao facto de a maior parte dos casos de malária no Norte da Namíbia terem como razão de ser a proximidade ao Sul de Angola, onde o controlo da doença é substancialmente menos eficaz.

Quanto a verbas assinaladas para fazer funcionar este mecanismo bilateral ainda não foi divulgado com precisão, mas as autoridades namibianas começam por admitir que 900 mil USD é o mínimo para arrancar de imediato, embora só estejam disponíveis menos de 200 mil.

A par desta colaboração com Angola, o Governo de Windhoek arranca em Setembro próximo com uma campanha de larga escala para explicar e sensibilizar as populações para este problema, ao qual o país já estava pouco habituado graças aos esforços feitos ao longo de anos para se livrar da malária.