Com a chegada na quarta-feira ao país, depois de 17 dias de visita privada a Espanha, esperava-se que José Eduardo dos Santos estivesse amanhã a presidir a esta cerimónia, onde, tal como aconteceu a 11 de Março, com o início do enchimento da albufeira, pudesse carregar no botão que dará início ao funcionamento da barragem.

Essa cerimónia foi, no entanto, recalendarizada para o próximo dia 28, quinta-feira. A Presidência da República ainda não confirmou se José Eduardo dos Santos se vai deslocar a Laúca.

No entanto, com um investimento superior a 4 mil milhões de dólares norte-americanos, a maior obra pública em Angola, a barragem de Laúca, situada no rio Kwanza, província de Malanje, está pronta para que, se for essa a decisão, na sexta-feira começar a produzir electricidade.

Inicialmente vai começar a funcionar a primeira de seis turbinas, injectando mais de 330 megawatts eléctricos (MWe) na rede pública, estando previsto que, com funcionamento pleno, a partir de 2018, Laúca passe a produzir 2 070 MWe, impondo-se, de longe, como a maior barragem de Angola e o segundo maior complexo hidroeléctrico em construção em África, a seguir à gigantesca etíope, no Rio Nilo, denominada GERD, com custo superior a 6,5 mil milhões de USD.

Considerada como uma das obras emblemáticas do fulgor económico que atravessou Angola na última década, Laúca, situada entres as províncias de Malanje e Kwanza Norte, começou a encher a sua albufeira a 11 de Março último, numa cerimónia a que presidiu o Chefe de Estado, mantendo-se a expectativa de que José Eduardo dos Santos possa vir a estar presente no momento de arranque da produção nesta obra que rivaliza com as maiores do continente africano.

Entretanto, sobre a definição do projecto final de Laúca, o Presidente José Eduardo dos Santos assinou um despacho que autoriza o empréstimo de pouco mais de 265 milhões USD, feito pelo banco Standard Chartered, estando esta verba destinada à rede de transporte de energia a partir desta barragem.

Laúca terá um custo final de 4,3 mil milhões de dólares norte-americanos e a sua construção foi da responsabilidade da brasileira Odebrecht, contando com a linha principal de financiamento um crédito concedido pelo Brasil.

O enchimento paulatino da albufeira de Laúca estará concluído, de acordo com as informações avançadas pelo Governo, em finais de 2018, altura em que atingirá a quota máxima dos 850 metros, estando a partir deste momento criadas as condições para que o fornecimento de electricidade às principais cidades passe a ser feito sem anomalias.

Recorde-se que o enchimento desta albufeira foi apontado como responsável pelos sistemáticos cortes de fornecimento na capital do país porque, devido à escassez de água no rio Kwanza, foi necessário restringir o caudal nas albufeiras de Cambambe e de Capanda, diminuindo assim a sua capacidade de produção de energia, que, somada, 960 MWe e 520 MWe respectivamente, fica aquém de Laúca com os seus 2 070 MWe.