Criada no âmbito da comemoração do 25º aniversário da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, "Ceci n"est pas une porte" estreou em Luanda no mês de Junho mas, devido ao sucesso que obteve, segundo adiantou ao Novo Jornal Online Jorge António, director executivo da companhia, esta foi agora convidada a regressar ao espaço do Camões-CCP.

Esta peça, com coreografia de Ana Clara Guerra Marques e Nuno Guimarães, é trabalhada a partir do olhar dos autores sobre "a condição humana, as suas fobias e prisões psicológicas".

Jorge António explicou que esta peça, para além das temáticas que serviram de plataforma criativa dos seus criadores, estende ainda a sua apresentação na forma de protesto pela escassa oferta que a capital angolana tem em espaços culturais, palcos para espectáculos, e a parca visão que existe sobre a importância da cultura na construção de sociedades respeitadoras, inclusivas e alicerçadas nos valores fundamentais da humanidade.

"Dentro de caixas, os bailarinos disputam o espaço, pretendendo dizer: `Isto não é um teatro! As caixas não são uma janela. E a porta não é o que aparenta ser. A sobrevivência é um facto!"", explica a CDC na documentação facultada sobre a peça.

Os espectáculos, classificados para maiores de 12 anos, terão lugar do dia 12 ao dia 16 de Outubro, às 19:30 (de 4ª a Sábado) e às 18:30, no Domingo. Os bilhetes serão vendidos no local da apresentação, ao preço de 5 000 kwanzas.

Fundada em 1991, a CDC é membro do Conselho Internacional da Dança da UNESCO, possui um historial de centenas de espectáculos apresentados em Angola, com cerca de 26 obras originais, e já actuou em 15 países de todos os continentes.