A organização do Circuito Internacional de Teatro (CIT) de Luanda viu-se forçada a alterar todo o programa do evento, que este ano deverá decorrer entre Outubro e Novembro, ao contrário do calendário habitual, que previa a realização do projecto para entre Julho e Setembro.

Devido às limitações decorrentes da Covid-19, o CIT Luanda viu também reduzida a média de espectáculos, que cai de 50 para 13, de acordo com Adérito Rodrigues, o organizador do referido evento, que revelou, em entrevista ao Novo Jornal, estar a trabalhar para que "um grande número" de plataformas digitais possa transmitir a exibição dos grupos, confirmada que está a parceira com a Televisão Pública de Angola (TPA).

A decorrer de 30 de Outubro a 28 de Novembro, o CIT promoverá a exibição de 12 peças teatrais na LAASP, em Luanda, e uma outra no Memorial António Agostinho Neto, onde decorrerão as galas de abertura e de encerramento.

Homenagem a Fragata de Morais

Sob o lema Angola - 45 anos com teatro na promoção da cultura de paz, a edição deste ano do CIT Luanda vai distinguir o grupo de teatro (entre os 13 seleccionados) que melhor adaptar a obra A visita, de Fragata de Morais. A distinção é, assim, uma forma de homenagear o escritor angolano que, entre outras funções, já foi vice-ministro da Educação e Cultura.

O Prémio Fragata de Morais, que não se repetirá na 6.ª edição do CIT, será complementado por outras distinções: a habitual premiação do CIT, com sete categorias, e o Prémio Catoca, em alusão à instituição patrocinadora do evento neste ano. A exibição das peças decorrerá às 16h00 das quintas e sextas-feiras, bem como aos sábados, de 30 de Outubro a 28 de Novembro.

Fazedor de teatro há mais de 30 anos, Adérito Rodrigues, o promotor do CIT, lamenta que os espectáculos promovidos pelas televisões nacionais dêem apenas destaque à música, relegando para o segundo plano as outras disciplinas artísticas.

"O teatro poderia caber nestes lives organizados pelas televisões, desde que se quisesse diversificar o movimento artístico", considera Adérito Rodrigues, que aconselha, por outro lado, o Estado a apostar na construção de salas multiusos pelos municípios, com vista a massificar o surgimento de novos grupos não só de teatro, como também de outras disciplinas daquilo a que chama de "artes vivas".

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