No dia em que sobem ao palco as comemorações do Dia Internacional do Teatro, para as associações e grupos que têm no teatro o centro das suas actividades, este é o dia também para lembrar que Angola está longe de ter as condições mínimas nos espaços disponíveis para desenvolver a actividade.

José de Belém, da administração da Associação Cena Livre, disse ao Novo Jornal online são muitos os problemas que os artistas de teatro enfrentam, mas destacou a questão dos espaços disponíveis para apresentar peças como dos que mais influem negativamente no panorama angolano.

Para além do Cine Monumental, em Benguela, e alguns espaços privados ou afectos a centros culturais de representações diplomáticas em Angola, os grupos de teatro existentes são obrigados a improvisar locais, como em escolas, restaurantes ou igrejas para poderem levar a cena as suas criações.

"Apesar de haver vários lugares improvisados onde são realizados espectáculos, só temos uma única sala contruída pelo Ministério da cultura que reúne condições para a apresentação de uma peça que é o Cine Monumental em Benguela. E isso não ajuda ao crescimento do teatro", disse.

O Actor e membro administrativo da associação Cena livre acrescentou ainda que, embora o teatro esteja a progredir por parte dos grupos particulares, os responsáveis da Cultura têm feito muito pouco para apoiarem os grupos de teatro quando estes são convidados para actuarem no exterior do país.

"Penso que o Ministério da Cultura deveria fazer mais esforços para ajudar a classe, porque quando os grupos viajam no exterior do país para apresentarem uma peça retiram do seu bolso as passagens", lamentou.

Para a comemoração do Dia Internacional do Teatro, a Cena livre e a Comissão da Cultura do município de Luanda vão apresentar hoje a peça "A Raptada" na LAASP, ex-liga Africana.