Eternizada na obra de Aires de Almeida Santos como o seu amor da rua 11, Esperança Lima Coelho Vilhena passou de moradora anónima da rua 11, do bairro Benfica, em Benguela, a musa por detrás dos versos de "Meu amor da rua 11".
O aclamado poema, musicado pela Banda Maravilha, foi publicado pela primeira vez na década de 60, mas ainda hoje inspira as mais distintas interpretações.
Amor platónico? Amor não correspondido? Amor interrompido? Qualquer que seja a leitura, o nome de Esperança Lima Coelho Vilhena - que o tempo se encarregou de popularizar também como Tia Panchita -, estará para sempre ligado à assinatura de Aires de Almeida Santos. Aqui recordada na poesia que os uniu:
"Meu Amor da Rua Onze
Tantas juras nós trocámos,
Tantas promessas fizemos,
Tantos beijos nos roubámos
Tantos abraços nós demos
Meu amor da Rua Onze,
Já não quero
Mais mentir.
Meu amor da Rua Onze,
Meu amor da Rua Onze,
Já não quero
Mais fingir
Era tão grande e tão belo
Nosso romance de amor
Que ainda sinto o calor
Das juras que nós trocámos
Era tão bela, tão doce
Nossa maneira de amar
Que ainda pairam no ar
As vezes promessas, que fizemos
Nossa maneira de amar
Era tão doida, tão louca
Qu"inda me queimam a boca
Os beijos que nos roubámos.
Tanta loucura e doidice
Tinha o nosso amor desfeito
Que ainda sinto no peito
Os abraços que nós demos.
E agora
Tudo acabou
Terminou
Nosso romance
Quando te vejo passar
Com o teu andar
Senhoril,
Sinto nascer
E crescer
Uma saudade infinita
Do teu corpo gentil
de escultura
Cor de bronze
Meu amor da Rua Onze"
Aires de Almeida Santos