Na última quarta-feira, 8, assinalaram-se os três anos da elevação do Centro Histórico de Mbanza Kongo à categoria de património mundial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). No país, apesar dos «apertos» decorrentes da Covid-19, a efeméride não passou despercebida, resultando em debates em que predominam críticas ao alegado "mau aproveitamento" do potencial turístico daquele património por parte do Estado e do empresariado nacional.

Por exemplo, na noite de terça-feira, 7, a TV Zimbo organizou um debate em que alguns dos intervenientes teceram duras críticas ao Estado angolano, ironizando o facto de Angola estar a preparar a candidatura de Cuíto Cuanavale a património mundial da humanidade, quando o país "tem dificuldades de gerir" um património classificado há três anos.

Mas críticas não se ficam pelos «ecrãs». Mwana Afrika, angolana destacada pela produção de conteúdos culturais, divulgou, num site com o seu próprio nome, um texto em que alerta para a "profunda" necessidade de o Estado angolano mostrar preocupação com "a verdadeira identidade".

Recordando que "são milhares de anos de história e acontecimentos", Mwana Afrika revelou a "preocupante" impressão com que ficou ao visitar o Centro Histórico de Mbanza Kongo, no ano passado, situação que a levou a deixar algumas sugestões com vista à valorização e preservação da "verdadeira identidade do Kongo".

Na lista de «dicas» e conselhos, Mwana Afrika destacou a necessidade de se respeitar a "autenticidade" dos monumentos por altura da reabilitação, a importância de se evitar o «aportuguesamento» de nomes originários do Kikongo, assim como a necessidade de se contar a história pré-colonial de Mbanza Kongo e a urgência em se prestar homenagem a figuras daquilo a que chamou de "resistência Kongo», como, por exemplo, Kimpa Vita.

"É necessário pegar nas histórias, mitos e lendas desta região e transformá-las em atracções turísticas, envolvendo a comunidade toda", concluiu Mwana Afrika.

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