Segundo o responsável, as medidas introduzidas pelo BNA nos últimos meses, nomeadamente de anunciar ao mercado o montante de dólares disponível a cada mês, de acabar com as vendas directas de divisas em leilão e de aumentar a frequência desses leilões, tiveram um bom impacto.

"As medidas tomadas geraram previsibilidade e uma maior comunicação com os bancos comerciais, o que acabou por gerar um efeito positivo", disse Pedro Castro e Silva, acrescentando que "os bancos hoje sabem que, se não comprarem segunda-feira, têm mais quatro sessões de leilões do BNA" ao longo da semana para o fazerem.

"Esta pressão sobre as nossas divisas terminou e o facto de o BNA estar a atender justamente àquilo que os bancos estão a procurar tem contribuído para que a taxa de câmbio se encontre mais estável", sublinhou o administrador do banco central, em declarações à agência Lusa.

Pedro Castro e Silva adiantou que o actual curso de actuação da política cambial será mantido até Dezembro.

"Aquilo que tínhamos de fazer no âmbito do Programa de Estabilidade Macroeconómica (PAM), que era uma maior liberalização da taxa de câmbio, já fizemos. Esta tarefa está cumprida e já não temos mais nenhum ajustamento a fazer", clarificou, lembrando que "desde o início do ano que o banco central assumiu o compromisso de fazer um ajustamento cambial".

De acordo com o responsável, "esse compromisso incluía a depreciação da moeda nacional, para que reflectisse fielmente a relação que existe entre a procura e a oferta", e como nessa fase "o desequilíbrio era mais acentuado entre a procura e a oferta", houve "maiores depreciações da moeda nacional".

Recorde-se que o início do ano cada euro custava 185,40 kwanzas, e cada dólar 165,92 kwanzas, estando agora a moeda europeia cotada em 352,935 kwanzas e a norte-americana em 310,846 kwanzas, valores que se mantêm há cerca de duas semanas.