Através de um comunicado divulgado ontem, a instituição tutelada por Archer Mangueira, adianta que procedeu a um ajustamento no Conselho de Administração da Administração Geral Tributária (AGT), "mediante a exoneração de Nickolas Gelber da Silva Neto do cargo de administrador da instituição".

Apesar de a nota de imprensa não especificar os motivos do afastamento do ex-administrador, a mensagem refere que a AGT "tem vindo a desencadear diligências internas para a protecção dos direitos dos contribuintes", no sentido de "impedir o descaminho de tributos devidos ao Estado e moralizar a instituição", regendo-a pelos valores "da honestidade, integridade, unidade e justiça".

No comunicado, ao qual o Novo Jornal Online teve acesso, o Ministério das Finanças adianta ainda que esse trabalho está a ser desenvolvido "em coordenação com as autoridades de investigação do país".

Esta articulação antecipa a responsabilização criminal de Nickolas Neto, que, segundo apurou o Novo Jornal Online, foi detido e constituído arguido pela Procuradoria-Geral da República.

O ex-administrador, que tinha sido nomeado em Dezembro do ano passado por Archer Mangueira, deverá enfrentar a acusação de desvio de dinheiros públicos e de corrupção.

Natural de Luanda, Nickolas da Silva Neto é contabilista e licenciou-se em Negócios e Línguas na Universidade de Tulsa, Estados Unidos da América.

O seu currículo académico inclui também um mestrado em Marketing Internacional Estratégico.

No seu percurso profissional destaca-se a entrada para a Direcção Nacional das Alfândegas, em 2008, onde, integrado no departamento técnico aduaneiro, se ocupou da facilitação do comércio e estudos aduaneiros, tendo ainda sido negociador na Organização Mundial do Comércio.