Segundo Hélder Adão, administrador para a Região de Luanda e zona norte da Empresa Nacional de Distribuição Eléctrica (ENDE), nos últimos tempos a capital do país tem registado "alguns cortes gerais" de energia", decorrentes de ajustamentos na central hidroeléctrica de Laúca, cuja primeira turbina começou a produzir electricidade no passado mês de Agosto.

O responsável, citado pela agência Lusa, garante que as interrupções no abastecimento de electricidade já estavam previstas. Trata-se de uma situação "previsível, e nada de anormal", que ficará normalizada aquando da entrada em funcionamento da segunda máquina, prevista para Outubro próximo, precisou o administrador.

"Depois de se ajustarem as máquinas, afinar-se os parâmetros certos, para operação em sincronismo com as outras máquinas, fica assegurada a estabilidade do sistema", reforçou.

Localizada entre as províncias do Kwanza-Norte e Malanje, a barragem de Laúca foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, movimentando cerca de 9.000 trabalhadores.

Desde 11 de Março que o enchimento em Laúca condicionou a operação nas restantes barragens já instaladas no rio Kwanza, devido ao reduzido caudal, limitando o fornecimento de electricidade da rede pública a Luanda, por norma, a poucas horas por dia.

Em quatro meses está previsto que a barragem de Laúca atinja a quota 830, equivalente a uma albufeira com um volume de água de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, sendo por isso a maior em Angola.

O enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade e permitindo a entrada em funcionamento das seis turbinas que estão instaladas e uma produção de cerca de 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em funcionamento no rio Kwanza.