A crescente dívida de Angola é, segundo esta agência de notação financeira, resultado da forte queda do valor do petróleo nos últimos anos, especialmente desde 2014, quando o barril iniciou uma forte queda levando-o a passar de mais de 100 USD para menos de 30 no início de 2016.

Face a este cenário, manter o "rating" de Angola em B3, patamar que indica que o país se situa num dos mais baixos níveis de investimento, sendo considerado especulativo e onde o risco de incumprimento é maior, é considerado pela Moody"s o mais indicado.

"O perfil de crédito de Angola reflecte uma 'Baixa' força económica, com perspectivas económicas modestas a médio prazo e níveis relativamente baixos de riqueza numa economia petrolífera caracterizada pelos baixos níveis de diversificação e competitividade", lê-se numa nota da Moody's, citada pela Lusa.

Na análise, que pretende averiguar se os 'ratings' atribuídos a vários países e bancos africanos está adequada não só aos pares, mas também às condições da economia, os peritos da Moody's lembram que a solidez financeira é 'Muito Baixa', "em parte devido ao rápido crescimento da dívida durante o choque petrolífero, excedendo 75% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2018".

A força institucional 'Muito Baixa', continuam, "é indicativa da fraca capacidade das autoridades no que diz respeito à eficácia do governo e à capacidade para implementar políticas".

A permeabilidade a um evento de risco, por seu turno, é "Moderada", essencialmente devido aos riscos de falta de liquidez, que foram "potenciados pelo alto nível de endividamento" nos últimos anos.

A Moody's divulgou hoje um conjunto de análises aos principais países do continente africano, incluindo Angola, Moçambique, Nigéria, Egipto, Ilhas Maurícias, Arábia Saudita, Omã e África do Sul, entre outros.

Segundo a mesma informação, avança ainda a Lusa, a agência de 'rating' refere que conduz estas análises periódicas "através da revisão do portefólio, nas quais a Moody's reavalia a adequação de cada 'rating' no contexto da metodologia, desenvolvimentos recentes e uma comparação do perfil financeiro e operativo dos pares, que também são avaliados".