O destaque, entre os objectivos de mais este investimento da Angola Cables, vai para as comunicações entre África e o conjunto das Américas através do Sistema de Cabo do Atlântico Sul (SACS, sigla em inglês) que a companhia angolana instalou para revolucionar as comunicações entre o continente africano e o resto do mundo.

O AngoNAP é um Data Center de categoria Tier III, que corresponde às mais importantes especificações internacionais para as telecomunicações de negócios e transmissão de grandes volumes de dados, e vai acomodar, segundo informação da empresa angolana, outros sistemas de cabos submarinos para além do SACS, como o Monetque, é já hoje um dos principais meios de ligação do continente africano à América do Sul e aos Estados Unidos da América.

Com a abertura do AngoNAP, sublinhou o CEO da Angola Cables, citado pela imprensa brasileira, "Fortaleza deixou de ser um mero ponto de passagem das telecomunicações, devido aos cabos submarinos que recebe, para ser um ponto de presença de conectividade, um verdadeiro hub digital".

"Hoje, podemos dizer com propriedade que está criada a primeira ponte digital entre África e América Latina. Angola e Brasil, via Fortaleza, são os pioneiros na integração digital do Atlântico, a região com maior PIB mundial. Este Data Center vai funcionar como um catalisador do desenvolvimento de negócios da quarta revolução industrial", disse ainda.

António Nunes, também citado pelo IT News Africa, explicou que o AngoNAP tem um conjunto alargado de vantagens para os utilizadores, desde os mais eficazes ponto de ligação de internet (IXP, em inglês), distribuidores (servers) seguros de conteúdos da Web (CDN"s) entre continentes, e ainda os denominados OTT"s, que são distribuidores de streaming e multi-canais de TV, entre outros produtos relacionados com os media.

António Nunes sublinhou ainda a importância desta estrutura para os operadores de telecomunicações internacionais que pretendem expandir os seus serviços globalmente, fundamentalmente devido às suas especificidades mais relevantes.

Entre estas estão a sua localização num dos hubs de cabos submarinos de fibra óptica mais concorridos na América do Sul, sendo Fortaleza uma das mais importantes cidades em todo o mundo no que diz respeito ao número de cabos deste perfil que acolhe na sua costa, sendo ainda relevante sublinhar que o AngoNAP foi projectado para ser neutral em relação à operadora e, por isso, receberá mais cabos submarinos que cheguem à Praia do Futuro, denominação do local de concentração deste tipo de infra-estrutura.

O AngoNAP tem ainda a capacidade de providencial serviços de conexões múltiplas para todas as operadoras ou empresas de telecomunicações ou não mas que exija grande capacidade de transmissão de dados.

Angola Cables foi criada em 2009 e integra a Angola Telecom com 51 %, do capital, a UNITEL, com 31 % e, entre outros, a Movicel, com 6%, e foi pensada para fazer de Angola um dos grandes pontos de ligação entre África e o mundo no que toca às novas tecnologias de telecomunicação e informação.

A empresa angolana já investiu um montante superior a 430 milhões de dólares na criação dfa infra-estrutura que fez dela uma das maiores empresas de telecomunicações do continente africano, com presença em dezenas de países.