A construção do AngoSat-2 será mais cara do que a do seu antecessor, a ponto de representar um "fardo pesado" para a empresa RSC Energia, avança hoje a imprensa russa.

Segundo a agência noticiosa Tass, que cita o jornal Kommersant, o gasto total do novo satélite pode escalar até aos 250 milhões de dólares, quando o seguro cobre menos de metade desse valor: 121 milhões de dólares.

A diferença, explica o Kommersant, que cita um alto quadro de uma das firmas envolvidas no projecto, poderá obrigar a RSC Energia - que lidera o consórcio formado para a construção do satélite angolano - a recorrer a empréstimos.

A "perda financeira significativa", conforme escreve o diário, é reconhecida por uma fonte do Governo de Moscovo como inerência de um esforço de reconstrução da imagem russa junto dos parceiros angolanos.

Encargos financeiros à parte - dos quais Angola está dispensada, ao abrigo das cláusulas contratuais acordadas -, o AngoSat-2, que começou a ser construído esta terça-feira, 24, deverá demorar 30 meses a ser finalizado.

Para trás ficam meses de incerteza sobre a operacionalidade do AngoSat-1, declarado inoperante ontem, numa conferência de imprensa realizada em Luanda.

Na ocasião, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha reafirmou a aposta angolana na era espacial.

"Com as compensações, nós não interrompemos esse programa. Vamos continuar a fazer tudo o que estava previsto", garantiu o governante.

O primeiro satélite de comunicações angolano, AngoSat-1, deveria entrar em funções este mês de Abril, mas desde o lançamento, a 26 de Dezembro passado, que vinha acumulando problemas de funcionamento, que acabaram por comprometer em definitivo a sua actividade