"O ambiente de negócios está a melhorar e o sector privado está a posicionar-se para desempenhar um sector mais importante", disse Mateus Magala à Lusa, nas vésperas da assinatura do memorando de entendimento entre o Governo de Angola, de Portugal e o BAD relativamente ao Compacto Lusófono.

"O BAD sempre esteve ao lado de Angola em termos de ver oportunidades, financiámos a hidroeléctrica, demos mil milhões de dólares de apoio ao Orçamento", lembrou o banqueiro moçambicano.

"Angola é uma potência para nós, é um catalisador e estamos muito esperançados, estamos com muito apetite de continuar a investir e ajudar na criação de instituições fortes, porque o BAD não serve apenas para colocar dinheiro, serve também para termos a certeza de ter instituições fortes e credíveis e que vão dar confiança aos investidores, porque quem vai desenvolver Angola é o sector privado", concluiu Mateus Magala.

O representante permanente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Luanda disse à Lusa que as duas principais vantagens do Compacto Lusófono para Angola são a assistência técnica e o acesso a financiamento mais barato.

"Angola pode beneficiar do Compacto no sentido em que pretende ajudar na capacitação do sector privado para a preparação e articulação de projectos, ajudando a apresentar projectos bancáveis, portanto em termos de assistência técnica é muito importante", disse Joseph Ribeiro.

Angola vai assinar esta semana o Compacto específico para o país, no âmbito do Compacto para os Países Lusófonos que foi desenhado entre o BAD e o Governo português, com o objectivo de aumentar o acesso a financiamento mais barato por parte do sector privado dos países lusófonos e potenciar as operações do BAD nestes países.

"Em segundo lugar, em termos de financiamento, Angola também beneficia, porque a garantia de Portugal e os instrumentos do BAD vão fazer com que o financiamento seja mais acessível", acrescentou Joseph Ribeiro.

"Um dos objectivos do Compacto é trazer investimento para as pequenas e médias empresas que, como as taxas de juro em Angola, e também noutros países africanos, estão muito altas, há possibilidade de o sector privado angolano ter mais abertura de financiamento com o Compacto Lusófono", concluiu o responsável.

O Compacto para o Desenvolvimento é uma iniciativa lançada no final de 2017 pelo BAD e pelo Governo português para financiar projectos lançados em países lusófonos com o apoio financeiro do BAD e com garantias do Estado português, que assim asseguram que o custo de financiamento seja mais baixo e com menos risco.