Com uma subida superior a 10 por cento, o BCP, que só tem a chinesa Fosun com mais quota que a Sonangol, apresenta-se hoje com a maior subida desde Novembro na bolsa lusitana e com os maiores ganhos em bolsa na Europa, superando mesmo os maiores bancos do Velho Continente.

Estes ganhos no BCP, que se alargam à generalidade das empresas cotadas na bolsa portuguesa, surgem no aproveitamento do impulso vindo dos EUA, onde Joe Biden se prepara para tomar posse os democratas para controlarem o Senado do Congresso norte-americano, onde já controlam a câmara dos Representantes.

O estímulo para a subida resulta da convicção dos mercados de que com Joe Biden na Casa Branca, os EUA vão assistir à injecção de mais e amais avultados estímulos à economia.

Não é conhecido qualquer posicionamento da Sonangol sobre este momento auspicioso do seu investimento de maior vulto em Portugal, mas poderá, eventualmente, alterar o que o seu PCA disse há escassos meses e que vai no sentido de aproveitar "alguma boa oportunidade" que surja para vender essa participação ou parte dela.

Este posicionamento foi divulgado pelo seu PCA, Sebastião Gaspar Martins, em declarações à agência Reuters.

"No caso do Millennium BCP estamos a monitorizar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol", disse Martins nessa entrevista.

Com estes ganhos, o BCP está a milímetros de recuperar todas as perdas durante a crise gerada pela pandemia da Covid-19, destacando-se o banco entre as 18 cotadas na bolsa portuguesa.

O máximo alcançado pelo BCP hoje foi de 10,02%, para 14,38 cêntimos de euro, embora se tenha mantido estabilizado nos 8,5 nas horas seguintes.