A revisão, feita pelos peritos do Banco Mundial no relatório 'Perspectivas Económicas Globais", divulgado hoje, representa uma inversão de 3,5 pontos percentuais relativamente às previsões feitas há 12 meses atrás.

O relatório refere que Angola e também Guiné Equatorial registaram uma quebra no PIB devido ao declínio na produção de matérias-primas, no caso angolano do petróleo.

Países que dependem da exportação de matérias-primas sofreram não só devido à queda dos preços, mas também da confiança dos investidores devido às "vulnerabilidades externas e condições domésticas frágeis", perfil que Angola partilha com a Argentina, África do Sul ou Nigéria.

No entanto, o Banco Mundial espera que, após uma contracção significativa, Angola, tal como a Argentina e o Irão, registem uma recuperação económica gradual.

Em Angola, o sector petrolífero deverá beneficiar do início de produção de novos blocos de exploração e também de reformas para melhorar o ambiente de negócios, indica a instituição.

As projecções económicas para Angola são mais optimistas para este ano, quando se espera um crescimento de 2,9% do PIB, que deverá continuar a subir 2,6% em 2020 e 2,8% em 2021, mais 0,7 e 0,2 pontos percentuais do que as estimativas anteriores, indica o mesmo documento.

No relatório de Janeiro de 2018, o Banco Mundial tinha antecipado uma expansão económica 0,7 pontos mais que a estimada em Junho de 2017, para 1,6% do PIB graças a "uma transição política de sucesso a melhorar a possibilidade de reformas que melhorem o ambiente de negócios".

A contracção económica de Angola, associada ao crescimento fraco da Nigéria (1,9%) e África do Sul (0,9%), é responsável pelo desempenho abaixo da média da África Subsaariana, que em 2018 deve crescer 2,7%, uma revisão em baixa de 0,4 pontos percentuais face ao previsto em Junho.

Este cenário reflecte "uma expansão lenta nas maiores economias da região perante um crescimento moderado do comércio, condições financeiras restritivas e preços fracos para metais e produtos agrícolas".

Espera-se que o crescimento regional atinja os 3,4% em 2019 e uma média de 3,7% em 2020-21, "dependendo da redução da incerteza política e mais investimento nas grandes economias, juntamente com um crescimento robusto contínuo em países com recursos não intensivos", pode ler-se no documento.

O crescimento do rendimento per capita é deverá permanecer bem abaixo da média a longo prazo em muitos países, gerando pouco progresso na redução da pobreza.

Os principais riscos para os países africanos subsaarianos incluem, segundo o Banco Mundial, a "possibilidade de crescimento mais lento do que o projectado na China e na zona euro, novas quedas nos preços das matérias-primas, um forte aperto das condições de financiamento global, derrapagem fiscal, paralisação das reformas estruturais e conflitos".