O PCA da instituição financeira detida pelo Estado angolano afirmou que "primeiro será retomado o crédito salário, e só depois, na medida em que for melhorando a situação financeira do banco, é que voltam a ser concedidos financiamentos ao sector empresarial privado".


O Presidente da República, João Lourenço, autorizou, há cerca de uma semana, por decreto, uma emissão especial de dívida pública no valor de 180 mil milhões de kwanzas para a recapitalização do BPC.


O Decreto Presidencial, datado de 7 de Março, refere que se trata de uma emissão especial de Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional, a entregar directamente ao BPC "como aumento de capital". Esta emissão, a concretizar pelo Banco Nacional de Angola, tem uma maturidade de dez anos e juros de 7,5 por cento ao ano.

A 6 de Novembro de 2017, Alcides Safeca, uma semana depois de ter sido empossado, afirmava que o Banco de Poupança e Crédito (BPC) pretendia retomar a concessão de crédito até ao primeiro trimestre de 2018.

Alcides Safeca, que foi anteriormente secretário de Estado do Orçamento, apontou que estavam também a ser aplicadas medidas para aumentar a capacidade operacional do BPC. No que respeita ao saneamento da carteira de crédito malparado, o PCA da instituição explicou que estavam em curso, naquela altura, negociações com os devedores para a sua recuperação, afirmando que o processo estava "a decorrer bem".


De lembrar que ministro das Finanças encorajou, na altura da tomada de posse de Safeca, o novo presidente do Conselho de Administração do BPC a acelerar o saneamento da instituição, desinvestindo em áreas fora da banca.

"O BPC deve dar continuidade ao seu processo de reestruturação e saneamento. Enquanto banco público nacional, deve ser o principal agente do Estado em matéria financeira. Deve estar dotado de ferramentas e capacidades adequadas, ao nível da governação, da organização e da conformidade", referiu Archer Mangueira.


Na passada sexta-feira, Ricardo Velloso, do FMI, disse ter sugerido em negociações com representantes angolanos, em reuniões que decorreram durante o mês de Março, que não se faça qualquer outra recapitalização do BPC antes de estar provado que o banco deu passos significativos no que respeita à redução de agências, ao dimensionamento do pessoal e à adopção de critérios mais rigorosos de concessão de crédito.