Para lidar com este assunto, o Governo brasileiro, por decisão do Presidente Michel Temer, reuniu no fim-de-semana de emergência..

O escândalo rebentou na passada sexta-feira, numa investigação federal denominada "Carne fraca", que deixou a nu um esquema fraudulento envolvendo algumas das principais empresas produtoras e distribuidoras de carne, com destaque para os maiores exportadores do país.

Perante este cenário, a União Europeia e alguns países, como a Coreia do Sul, entre outros, já tornaram ilegal a importação de carne do Brasil que envolva os , que é o maior exportador de carne do mundo, envolvendo cerca de 150 países, até que a situação seja normalizada e a segurança reposta.

A investigação policial, que envolveu mais de mil agentes federais, revelou que os fiscais públicos recebiam "gasosas" para facilitar a produção de alimentas com carne na sua base recorrendo a produtos deteriorados, emitindo certificados de garantia da sua boa condição sanitária.

Nesta operação foi detido o responsável de relações internacionais e governamentais da Brasil Foods, Roney.

Entretanto, segundo a Lusa, Temer recebeu hoje, numa reunião de emergência, cerca de 20 embaixadores de países que figuram entre os 150 importadores de carnes brasileiras, para responder a dúvidas suscitadas pelo caso.

Durante o encontro, que decorreu no palácio presidencial do Planalto, em Brasília, o Presidente brasileiro garantiu que as investigações permitiram desmantelar um "pequeno" grupo e sublinhou os rigorosos controlos aplicados a carnes brasileiras, "que foram reconhecidos por todos os importadores".

Temer precisou que, de 4.837 empresas do sector da carne, apenas 21 estão sob suspeita e que cerca de 30 dos mais de 10 mil funcionários de fiscalização sanitária do país estão implicados no escândalo, conhecido na sexta-feira.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, e o quarto no segmento de carne de porco, com as vendas externas destes três sectores a representar no ano passado 7,2% desse comércio, na ordem dos 11,6 milhões de dólares.

De acordo com a polícia federal, funcionários públicos eram subornados por directores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas.

Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspecto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Angola está entre os grandes importadores de carnes brasileiras, nomeadamente de porco, tendo, em 2015, sido um dos cinco principais destinos.

O país está igualmente bem posicionado na lista dos importadores de carne de bovino, embora fora dos 10 primeiro, e de aves.