De acordo com o jornal Financial Times, a SEC deu início a um "inquérito informal" para apurar se a contribuição de 350 milhões de dólares, por parte da britânica BP e da norte-americana Cobalt, para fundar um centro de investigação e tecnologia petrolífera em Angola - gerido pela Sonangol - violou as leis de combate à corrupção.

A investigação foi confirmada ao diário britânico pela Cobalt, que diz ter sido informada pela SEC sobre o processo e questionada em relação ao pagamento.

"Vamos cooperar com a investigação", garantiram os responsáveis da Cobalt, acrescentando estarem confiantes de que as suas actividades em Angola respeitam todas as leis, incluindo o Acto sobre Práticas Corruptas no Estrangeiro.

Por sua vez, a BP adianta que não recebeu qualquer notificação da SEC, limitando-se a adiantar que tomou conhecimento, pela Sonangol, de que o centro de investigação "ainda está em fase de planeamento".

As suspeitas do regulador americano sobre este projecto recuperam os alertas lançados pela Global Witness, grupo anti-corrupção que, em 2014, desafiou as autoridades angolanas a revelar o paradeiro dos 350 milhões de dólares que a BP e as suas empresas parceiras destinaram para a construção do centro.

O projecto, recorda agora o Financial Times, foi lançado em 2011 no âmbito de um acordo para garantir direitos de exploração petrolífera em Angola, e previa a entrega desses 350 milhões de dólares ao longo de quatro anos, prazo concluído em 2016 sem vislumbre da empreitada.

Questionado pelo Financial Times sobre o ponto de situação da obra, a Sonangol não respondeu.

Já a holandesa Statoil, que também contribuiu com 50 milhões de dólares para a construção do centro - movimento investigado na Noruega, conforme o Novo Jornal noticiou no ano passado - adianta que está a acompanhar a evolução do projecto com a petrolífera angolana.

Segundo a Statoil, os planos prevêem que o centro "nasça" na cidade do Sumbe, no Kwanza-Sul.