Na véspera da inauguração de mais uma FILDA, o NJOnline deslocou-se ao recinto, onde, a menos de 24 horas das portas abrirem, hoje, às 11h, homens e máquinas se desdobravam na montagem e acabamento dos stands que compõem a "paisagem" do evento.

A acompanhar as movimentações, Marcelino Pinto, director nacional para a economia, competitividade e inovação do Ministério da Economia e Planeamento, destacou "a comodidade que o espaço oferece aos expositores e visitantes", bem como algumas atracções.

"Temos 11 fábricas escolhidas para serem visitadas durante os dias de exposição, e isso é um aspecto digno de realce", assinalou.

Segundo o responsável, mais de 350 expositores, entre nacionais e estrangeiros, estão inscritos na presente edição da FILDA, que decorre sob o lema "Diversificar a Economia, Desenvolver o Sector Privado" e reúne participantes de 15 país, com destaque para Portugal, presente com 25 empresas.

"O nosso objectivo é alcançar os agentes económicos e sociais, e também a valorização do tecido empresarial nacional, a promoção e desenvolvimento económico industrial do país, bem como a atracção de investimentos capazes de assegurar o desenvolvimento sustentável", salientou.

Marcelino Pinto disse ainda que na presente edição da feira, a transportadora TCUL está a fazer um serviço especial para FILDA.

"Vamos ter autocarros a fazerem o trajecto dos pontos Capalanga, Vila de Viana - Sanzala, Centralidade 44, Largo das escolas, Centralidade do Sequele, Centralidade do Kilamba, Catete, Kalumbo, entre outras pontos até à ZEE- Filda", explicou.

A luta para um emprego temporário na FILDA é a "dor de cabeça dos jovens"

Para além de oportunidades de negócio para empresas, a FILDA, promovida pelo Ministério da Economia e Planeamento em parceria com a empresa Eventos Arena, traz também oportunidades para quem procura trabalho.

É visível o número de jovens que nos últimos dias têm estado na ZEE para conseguir emprego temporário nos diferentes espaços reservados à exposição. São na sua maioria jovens, vindos de vários pontos da cidade de Luanda, que aqui acorrem no desejo de conseguir um emprego.

Segundo a organização, mais de 1.000 vagas temporárias foram criadas pelas empresas expositoras no certame.

Relatos recolhidos no local pelo NJOnline revelam que a maior parte dos que procuram emprego temporário nos stands da FILDA fazem-no por estarem desempregados.

Entre os vários candidatos encontram-se estudantes e chefes de famílias, como são os casos de Marta dos Santos e David Paulo.

Marta, de 27 anos, vive no Cazenga, e está há duas semanas atrás das empresas participantes no evento para conseguir uma oportunidade de emprego, ainda que temporário.

"Sou órfã de pai e recentemente perdi a minha mãe, tenho uma dívida com a universidade e como já tenho experiência de vendas, vim à procura de uma oportunidade de emprego temporário para pagar essa dívida", contou.

Já David Paulo, de 34 anos, é movido pela necessidade familiar. "Tenho família para sustentar, e estou desempregado há três anos. Vim cá tentar a minha sorte, para conseguir dinheiro para a família", disse este licenciado em Línguas pela Universidade Agostinho Neto, que destaca a fluência em inglês.

Vale recordar que 477 milhões e 406 mil Kwanzas é o montante orçamentado para a Feira Internacional de Luanda (FILDA).