A informação é avançada num comunicado na instituição liderada por Kristalina Georgieva onde são elogiadas as medidas fiscais impostas por Vera Daves, que "conseguiram um ajustamento fiscal prudente em 2020 que incluiu ganhos de receitas não petrolíferas e contenção nas despesas não essenciais, preservando ao mesmo tempo as despesas essenciais em redes de saúde e segurança social", e é salientado que a "aprovação do orçamento de 2021 em Dezembro consolida estes ganhos".

De acordo com a instituição sediada em Washington, nos Estados Unidos, "as autoridades também permitiram que a taxa de câmbio actuasse como um amortecedor de choques e começaram a implementar uma mudança gradual no sentido de um aperto monetário para fazer face ao aumento das pressões sobre os preços".

No entanto, alerta o Fundo,"o progresso contínuo nas reformas do sector financeiro é crítico, particularmente a conclusão da reestruturação dos dois bancos públicos em dificuldades", salientando que "as autoridades também precisam de manter o ímpeto de outras reformas estruturais que apoiem um crescimento mais forte e diversificado, reforcem a governação, e combatam a corrupção".

O FMI destaca também que "a natureza multifacetada do choque da covid-19 continua a ter um impacto negativo na economia e na população de Angola" e que "a produção e os preços do petróleo continuam fracos".

Apesar dos desafios da pandemia, lê-se no comunicado emitido pelo Fundo após a reunião de quarta-feira, onde é citada Antoinette Sayeh, "as autoridades angolanas têm demonstrado um forte empenho em políticas sólidas no âmbito do acordo apoiado pelo FMI" o que "permitiu a Angola resistir a grandes choques externos, sobretudo a receitas petrolíferas mais baixas, e mitigar o seu impacto macroeconómico, protegendo ao mesmo tempo os mais vulneráveis".

Este acordo de financiamento foi, recorde-se, aprovado em finais de 2018 e o valor de 3.7 mil milhões USD nem de perto nem de longe teve em conta que, ainda durante a sua vigência, de três anos, o País seria abrasivamente atingido pela crise pandémica, sendo um dos mais atingidos em todo o mundo devido à sua petrodependência, tendo em conta que as exportações de crude representam ainda mais de 95% das exportações nacionais.

Aquando da terceira revisão, em Setembro de 2020, o conselho de administração do FMI aprovou o pedido de Angola para o aumento da assistência financeira, desembolsando de imediato mil milhões de dólares e elevando o total do programa para quase 4,5 mil milhões de dólares.

"A decisão do conselho de administração permite um desembolso imediato de mil milhões de dólares para Angola e um aumento de cerca de 765 milhões de dólares até ao fim do programa", para quase 4,5 mil milhões de dólares, anunciou então o FMI.