Em entrevista à agência Lusa, o especialista defende que "há muito interesse dos políticos em manter a dependência do petróleo" em Angola, situação que torna "incrivelmente lento" qualquer processo de diversificação da economia.

Para David Earnshaw, se o país quiser mesmo apostar na diversificação "tem de abrir a economia aos investidores externos, não só no sector petrolífero, mas em todas as áreas".

O analista da consultora BMI Research apontou como exemplo dessa abertura o sector das telecomunicações no Quénia, sublinhando que apesar de as empresas nacionais de telecomunicações serem "muito fortes, o sector é aberto aos investidores internacionais", enquanto em Angola é gerido pelo Estado", que não deixa as companhias investirem.

Esta é uma realidade que o especialista não espera ver alterada com a mudança de Presidente, antecipada pelas eleições gerais. "Não esperamos grande diversificação, até porque os sectores apontados, como a agricultura ou as minas, precisam de muita infra-estrutura que ainda não está feita até chegarem ao ponto de compensar o declínio da produção de petróleo e a descida dos preços", assinala.