O Governo revelou, em Maio de 2018, que prevê privatizar 74 empresas públicas a médio prazo, sobretudo do sector industrial.

O acordo de assessoria que envolve a empresa portuguesa foi assinado esta semana pelas duas partes em Benguela, antes da sessão de encerramento do Fórum Económico Angola/Portugal, parte do programa da visita do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Valter Barros, salientou a "experiência" da Parpública na gestão de processos de privatizações, numa altura em que Angola vai dar início, em breve, a um "ambicioso" programa de alienação de empresas públicas angolanas.
"Acho que é uma parceria muito importante para o IGAPE e acredito que também o seja para a Parpública, que tem uma vasta experiência em programas de privatizações. Vamos iniciar em breve um conjunto ambicioso de privatizações, pelo que acho que é importante colhermos experiências de entidades com mais ângulos nesta actividade, para ver se o nosso programa tem o maior sucesso possível", afirmou.
Questionado sobre quando arranca o processo, uma vez que a Assembleia Nacional aprovou a nova Lei das Privatizações a 21 de Fevereiro, Valter Barros indicou que tudo depende da publicação oficial do diploma.
"Estamos à espera da publicação da lei para arrancar com o programa. A antiga Lei das Privatizações não previa alguns modelos de privatizações que a actual lei prevê (como a alienação em bolsa) e o Governo achou por bem arrancar com este programa com a publicação da nova lei", explicou.
Valter Barros salientou também não poder avançar uma estimativa sobre o que o Estado angolano poderá arrecadar, uma vez que a lista de empresas a alienar "ainda não está fechada".
"Fizemos uma pré-selecção, trabalho que foi feito com as nossas equipas. Temos também uma parceria com o Banco Mundial que nos vai ajudar a fazer um novo filtro e avaliar as empresas uma a uma, escolher o modelo de privatizações, o percentual de capital a privatizar e tudo o resto. Há aqui um trabalho que tem de ser feito antes de se tomar as decisões que os jornalistas querem saber", indicou.
Por seu lado, também à Lusa, o presidente da Parpública, Miguel Cruz, referiu que o IGAPE solicitou o apoio técnico de assessoria no processo de privatizações em Angola tendo em conta a "experiência já longa", iniciada em 2000.
A 20 de Novembro de 2018, o presidente da Bolsa da Dívida e de Valores (BODIVA) angolana, Patrício Vilar, assegurou à Lusa que Angola "está preparada para começar" o Programa de Privatização em Bolsa (PPB) definido pelo Governo.
Angola introduziu, em 1994, uma legislação sobre privatizações para aumentar a eficiência e competitividade da indústria do país, nacionalizada após a independência.