A Companhia de Energia e Biocombustíveis de Angola (BIOCOM) registou, entre Junho e meados de Julho, prejuízos avaliados em cerca de 250 milhões de kwanzas, em consequência de seis incêndios que atingiram 846,03 hectares de plantações de cana-de-açúcar, revelou ao Novo Jornal o director-geral-adjunto da empresa, Luís Júnior.

O responsável, em entrevista ao NJ, acusa os populares locais da autoria das queimadas de fortes proporções que deflagraram nas fazendas que integram o projecto, aquando da realização de acções de caça furtiva na área, colocando fogo nas plantações, com o intuito de atrair os animais selvagens para as suas armadilhas.

"A nível da nossa empresa, temos um grande trabalho de consciencialização nas aldeias junto das populações, mas isso por si só não consegue reverter o quadro. Solicitamos a intervenção engajada das autoridades", salientou o gestor da BIOCOM.

Luís Júnior classifica os incêndios de actos criminosos e afirma que estas ocorrências não devem ser tratadas como eventos isolados, requerendo a intervenção imediata das autoridades, no sentido de se impedir que continuem a ocorrer crimes, pois, se continuarem, os prejuízos serão ainda mais elevados, "não só para a empresa, mas também para as comunidades beneficiárias dos diferentes projectos da BIOCOM", alertou.

A BIOCOM, localizada no município de Cacuso, em Malanje, conta, actualmente, com pelo menos três mil trabalhadores e contrariamente às empresas que, neste período de Covid-19, estão a despedir pessoal, contratou mais 700 funcionários, mantendo a meta de produção prevista para este ano de 115 mil toneladas de açúcar, 18 mil metros cúbicos de álcool neutro e 63 megawatts de energia eléctrica, garantiu o responsável.

"Apesar da situação económica e das limitações que a pandemia nos impõe, todos os nossos esforços estão virados para a garantia do cumprimento destas projecções", assegurou Luís Júnior.