Em relação à moeda europeia, e depois de há duas semanas ter atingido mínimos históricos (355,057 kwanzas/euro), a angolana tem oscilado desde então entre os 350 e os 353 kwanzas/euro, apesar de hoje se depreciar ligeiramente face a sexta-feira, quando valia 352,373 kwanzas/euro.

Desde Janeiro deste ano, quando valia 185,40 kwanzas/euro, a moeda angolana, porém, já se depreciou 47,556%.

Idêntico cenário passa-se com a moeda norte-americana que, depois de na semana passada se ter mantido relativamente estável em torno dos 310/312 kwanzas/euro, tem continuado constante está hoje manteve a mesma cotação de sexta-feira, a 311,036 kwanzas/dólar.

Desde Haneiro, quando se situava nos 165,92 kwanzas/dólar, a moeda angolana depreciou-se 46,655%.

No mercado paralelo, a moeda europeia, depois de um pico em que atingiu segunda-feira valores superiores a 470 kwanzas/euro, tem-se mantido estável desde então entre os 440 e 460 kwanzas, com a norte-americana a situar-se entre os 400 e 410 kwanzas.

Acabadas as sessões de venda trissemanais de divisas em leilão aos bancos comerciais, iniciadas a 09 de Janeiro último, o BNA está desde 01 de Novembro a proceder a operações diárias, tendo indicado que em Dezembro pretende colocar no mercado primário 1.200 milhões de dólares (1.054 milhões de euros).

A 02 deste mês, em declarações à agência Lusa, o administrador do banco central Pedro Castro e Silva, garantiu que a pressão sobre as divisas em Angola "terminou", após as medidas que geraram uma maior previsibilidade no mercado cambial e de uma melhor comunicação com os bancos comerciais.

O facto de o kwanza ter-se depreciado significativamente ao longo do ano estava previsto no âmbito do Programa de Estabilidade Macroeconómica (PAM), que passou por uma maior liberalização da taxa de câmbio.

"Esta tarefa está cumprida e já não temos mais nenhum ajustamento a fazer", sublinhou Castro e Silva, para justificar a relativa estabilidade da moeda angolana nas últimas semanas.

Segundo o administrador do BNA, actualmente, o banco central angolano já consegue atender ao que os bancos comerciais pedem em divisas, o que tem "estabilizado" a moeda angolana, o kwanza, nas últimas semanas face sobretudo ao euro e ao dólar.

Castro e Silva disse acreditar que, nos próximos tempos, a tendência será a de Angola entrar numa fase em que a moeda nacional "vai assumir comportamentos como se vêem nas outras moedas", com movimentos de depreciação, quando a procura for maior que a oferta, e de apreciação, quando suceder o contrário.

"As medidas tomadas geraram previsibilidade e uma maior comunicação com os bancos comerciais, o que acabou por gerar um efeito positivo. Os bancos hoje sabem que, se não comprarem segunda-feira, têm mais quatro sessões de leilões do BNA. Esta pressão sobre as nossas divisas terminou e o facto de o BNA estar a atender justamente àquilo que os bancos estão a procurar tem contribuído para que a taxa de câmbio se encontre mais estável", referiu.