Com o processo de mudança de mãos do controlo do BFA, o maior banco privado angolano, dirigido nos últimos anos por Emídio Pinheiro, foi circunstancialmente liderado por Fernando Ulrich, que era e é quem lidera o BPI, passando agora essa responsabilidade para Leite da Silva.

Com a conclusão deste longo processo, gerado pela dúvidas do Banco Central Europeu (BCE) sobre as normas de supervisão bancária em Angola, o que levou o BPI a ceder a maioria do capital do BFA à UNITEL, o novo cenário, que já era conhecido mas foi concretizado nas últimas horas, deixa 51,9 por cento do banco no universo da UNITEL e 48,1 por cento dentro do BPI que, entretanto, está prestes a ser detido pelos espanhóis do CaixaBank na sequência da OPA lançada há meses.

Como lembra a Lusa, os accionistas do BPI aprovaram em 13 de Dezembro, à segunda tentativa, a venda parcial do BFA pelo BPI, perdendo este o controlo do banco angolano que fundou no final da década de 1990.

Em Setembro, a administração do BPI, liderada por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich, propôs a venda de 2% do BFA à UNITEL, por 28 milhões de euros, tendo apresentado essa operação como a "única solução" para que o BPI consiga cumprir as exigências do Banco Central Europeu de redução da exposição ao mercado angolano, onde Frankfurt entende que a supervisão bancária não é equivalente à europeia.