"Este é um projecto de maior importância que tem sido acompanhado por sua excelência o Presidente da República, José Eduardo dos Santos", reaçou a governante, como pode ler-se no Portal Oficial do Governo.

A GMA foi lançada em 2015 e envolveu a portuguesa Afaplan na gestão do projecto de construção. Representa um investimento privado superior a 100 milhões de dólares, de acordo com o contrato com o Estado angolano.

O objectivo dos promotores passa por implantar uma fábrica capaz de produzir 930 toneladas diárias de trigo para consumo humano e 260 toneladas de farelo para ração animal, no sentido de reduzir as importações. Terá capacidade para processar o trigo que chegará por via marítima desde países como França, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Cazaquistão e Austrália.

Dada a falta de produção nacional, a aquisição do trigo ainda será feita no exterior.

Números oficiais indicam que, só em 2015, Angola gastou 320 milhões de dólares para importar 510 mil toneladas de farinha de trigo, número que poderá ser cortado em 60% com o início da laboração da fábrica, sustentam os investidores, angolanos e estrangeiros, que garantem também que vão ser criados 173 postos de trabalho.

Esta unidade ocupa uma antiga companhia industrial no porto de Luanda, bem como um terminal de carga, com direitos de concessão por 20 anos. Vai beneficiar de uma redução de 80 por cento no pagamento dos impostos Industrial, sobre Aplicação de Capitais e aquisição de terrenos, durante 10 anos. Ocupa uma área total de 35.000 metros quadrados, contando com uma capacidade de armazenamento de até cinco dias e silos para guardar a matéria-prima suficiente para 45 dias de produção, que será contínua (24 horas por dia).

Os investidores deste projecto estimam que, em velocidade de cruzeiro, a GMA facture anualmente 170 milhões de dólares.

Recordamos que em Fevereiro deste ano, a Namib Mills, conhecida pela sua dimensão de processador de milho e trigo, indo da moagem dos cereais à venda dos seus derivados, especialmente farinha para padarias, deixou o mercado angolano por causa da crise das divisas, como noticiou, na altura, o Novo Jornal.

A empresa chegou ao mercado angolano em 2009, quando a economia crescia a um dos ritmos mais acelerados do mundo, acabando por recuar em 2017 por causa da crise que resultou da queda do preço do petróleo e da subsequente crise de divisas, que tornou impossível manter os moinhos da Namib Mills a girar em Angola. Embora tenha garantido que não era um adeus definitivo, até porque a Namib Mills mantém a ligação via Shoprite, a porta-voz da empresa, Ashante Manetti, em resposta a uma pergunta sobre a dificuldade da empresa para repatriar fundos de Angola, afirmou que as dificuldades eram muitas e que, "quando a empresa tinha fundos, enviá-los para a Namíbia era praticamente impossível".