As informações foram avançadas pelo chefe do departamento de análise de risco da Unidade de Gestão da Dívida (UGD) do Ministério das Finanças, Rui Ceita, que garantiu ainda que o Governo sempre reportou a dívida pública "quer para o FMI quer para as agências de 'rating'".

"Ou seja, em relação à dívida nunca escamoteámos a questão da dívida pública governamental. Todo o processo de comunicação foi sempre no sentido de esclarecer e nunca houve por parte do ministério alguma tentativa de esconder alguns dados", disse o responsável, durante um 'workshop' dirigido a jornalistas.

Rui Ceita confirmou ainda que a dívida pública está dividida entre 60% externa e 40% interna, sendo a dívida governamental de 20,1 biliões de kwanzas e a dívida das empresas públicas (Sonangol e TAAG) calculada em 1,164 biliões de kwanzas, com os bancos comerciais a constituírem-se como os principais detentores internamente.

Ao apresentar o tema "Desempenho da Dívida Pública", referente a 2018, Rui Ceita apontou o Banco Fomento Angola (BFA), o Banco Angolano de Investimentos (BAI), o Standard Bank e o Banco BIC, como os principais detentores da dívida interna, sem, todavia, adiantar números.

O chefe do departamento de análise de risco da UGD do Ministério das Finanças de Angola confirmou também que a maior parte do componente do 'stock' corresponde à dívida comercial, em que o principal detentor é o Banco de Desenvolvimento da China.

Já a secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, Vera Daves, admitiu que o peso da receita petrolífera no Orçamento Geral do Estado (OGE) "torna refém a execução da despesa e da receita", considerando que o "fantasma da dependência petrolífera precisa de ser continuamente repensado".