Apesar de em menos de um mês de Presidência João Lourenço já ter reunido com a Sonangol e as petrolíferas estrangeiras a operar em Angola - para analisar um conjunto de reclamações que as mesmas lhe dirigiram sobre o mercado nacional -, embora já tenha criado um grupo de trabalho para apresentar propostas que permitam melhorar o sector, e ainda que tenha nomeado para secretário de Estado dos Petróleos um ex-PCE exonerado por Isabel dos Santos, a empresária garante que as relações entre ambos estão "totalmente alinhadas".

Em Londres para participar na 38.ª edição da conferência Oil & Money - co-organizada pelas publicações The New York Times e Energy Intelligence e considerada a mais importante do mundo neste sector -, a presidente do conselho de administração não só integra o painel de oradores do evento, que termina hoje, 19, como esteve sob foco num encontro promovido ontem pela Thomson Reuters, multinacional de meios de comunicação.

Ao longo de cerca de uma hora, Isabel dos Santos respondeu, numa sessão pública, a várias questões da editora de internacional da agência Reuters, Alessandra Galloni, a começar pelas oportunidades e desafios de Angola e da Sonangol, nesta fase de transição política.

Questionada sobre o que pensa João Lourenço das reformas implementadas pela sua administração e sobre a ligação que os une, a empresária garantiu que "as relações estão totamente alinhadas", e defendeu que o processo de reestruturação da Sonangol não deve estar centrado na sua figura mas em toda a equipa da petrolífera nacional.

"Estamos comprometidos com o Governo e com a sua missão para ultrapassar as dificuldades da economia angolana", assegurou a gestora.

Isabel dos Santos salientou que o novo Chefe de Estado está "completamente por dentro" dos seus planos de reestruturação da companhia estatal e lembrou que os mesmos foram apresentados ao anterior Governo, do qual o actual Presidente também fazia parte.

Por isso, reforçou a presidente do conselho de administração da Sonangol, João Lourenço está completamente a par da transformação da petrolífera e da sua visão.