O relatório mostra que Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste são os outros países lusófonos que constam da lista dos 50 países mais dependentes do mundo.

O relatório da Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento define um país como dependente de commodities quando estas representam mais de 60% das suas exportações totais de mercadorias.

O relatório, publicado ontem, mostra que os países dependentes aumentaram de 92, entre 1998 e 2002, para 102 países entre 2013 e 2017.

De acordo com o relatório, mais de metade dos países do mundo, 102 em 189, e dois terços dos países em desenvolvimento, são dependentes.

A região mais atingida é a África subsaariana, com 89% dos países a dependerem de outros em termos de produtos, seguida pelo Médio Oriente e o Norte da África com 65% dos países dependem de commodities.

A publicação evidencia ainda que metade dos países da América Latina e do Caribe, e metade dos países da Ásia Oriental e do Pacífico também dependem de commodities.

A dívida externa de 17 países em desenvolvimento dependentes de commodities aumentou em mais de 25 por cento do PIB entre 2008 e 2017, de acordo com o relatório, que observa ainda que alguns países conseguiram diversificar a sua produção e exportações nas últimas duas décadas.

Por exemplo, alguns países dependentes de exportações de energia, como Omã, Arábia Saudita e Trinidad e Tobago, aumentaram a participação de suas exportações de produtos não-commodities, agregando valor em seus sectores a jusante.

Outros países dependentes de energia ou dependentes de exportações minerais, como o Ruanda e os Camarões, conseguiram expandir as suas exportações agrícolas.