Segundo noticiaram nas últimas horas os sites especializados, esta consultora britânica, uma das mais importantes fornecedoras de informação global, vai estar na linha da frente da apresentação dos 10 blocos que a ANPG tem previstos para concurso nas bacias do Namibe e de Benguela.

A IHS Markit, que, para além da energia, também é uma das mais activas fornecedoras deste tipo de serviços nas áreas da defesa e nos transportes marítimos, já esteve por detrás dos périplos de apresentação de novos blocos no offshore angolano em 2005 e 2008.

No caso da Bacia do Namibe, estão em causa os blocos 11, 12, 13, 27, 28, 29, 41, 42 e 43, enquanto que na de Benguela está apenas o bloco 10.

Neste roadshow, a ANPG, com a colaboração da IHS Markit, vai apresentar as características técnicas destes blocos, tanto no que diz respeito aos concursos como às particularidades geológicas, os termos relativos à fiscalidade, o potencial estimado no que diz respeito à produção e os requisitos exigidos para a participação, entre outros.

Estas apresentações vão ter lugar em Luanda a 03 de Setembro, em Houston, EUA, a 10 do mesmo mês, segue-se, a 17, em Londres e, por fim, ainda em Setembro, 23, no Dubai.

Recorde-se que estes novos blocos fazem parte da estratégia global do Executivo para relançar a produção nacional de petróleo que, desde 2014, tem vindo a dar sinais de perda de vigor, com sucessivas quedas, estando, actualmente, nos cerca de 1,4 milhões de barris por dia.

Mas a estimativa negativa é pesada para os próximos quatro anos, depois de a Agência Internacional de Energia ter divulgado um relatório, em Maço de 2018, onde, como o NJONline noticiou, estima que em 2023 a produção de crude angolana seja de apenas 1,29 milhões de barris por dia.

Dentro desta estratégia, como tem sido noticiado pelo NJOnline, esteve ainda toda a reestruturação da Sonangol, a criação da ANPG e ainda a aprovação de legislação que visa revolucionar o panorama da produção com incentivos fiscais às multinacionais, nomeadamente no que concerne aos denominados poços marginais, com menos de 300 mil barris em reserva, cuja exploração foi sujeita a uma substantiva diminuição de taxas a pagar.

A razão genérica para a quebra substancial da produção nacional de petróleo, matéria-prima da qual é economicamente dependente, foi a súbita e brutal queda do valor do barril nos mercados internacionais a partir de 2014, que levou a que em inícios de 2016, o barril estivesse a valer menos de 30 USD no Brent de Londres, que define o valor das exportações angolanas.

Com este descalabra dos preços, as multinacionais começaram a diminuir o investimento e as infra-estruturas produtivas sofreram uma evidente degradação que, actualmente, exige o investimento de milhões de dólares para a sua recuperação, tanto on shore como offshore.

Com a chegada de João Lourenço ao poder, o Executivo angolano procurou dar um safanão na sua mais importante indústria, através de nova legislação e ainda, como o demonstra este concurso para novos blocos, com a abertura para novos investimentos em novas áreas do mar nacional.