Este recorde de 10 meses foi alcançado ontem, 28, por causa da decisão de Donald Trump, ao contrário do que tinha afirmado há escassos dias, de, afinal, assinar o documento que permite a injecção de 2,3 trilhões de dólares (2.3.000.000.000.000) na economia norte-americana, brutalmente atingida,como a generalidade do resto do mundo, pelos efeitos pandémicos do novo coronavírus, que fez dos EUA o país com mais casos e mais mortos em todo o mundo.

O Presidente Trump, que deixa o cargo a 20 de Janeiro, data da tomada de posse do democrata Joe Biden, vencedor das eleições de 03 de Novembro, tinha recusado assinar este documento alegando que lhe faltava garantias de eficácia.

Mas o arranque da campanha de vacinação na União Europeia, com cerca de 450 milhões de habitantes e um dos três maiores blocos económicos do mundo, onde estão igualmente a China e os EUA, foi igualmente um forte impulso para a matéria-prima que, depois de meses a recuperar dos golpes da pandemia, começava a ressentir-se das notícias de cada vez mais casos de Covid-19 e, especialmente, das notícias de uma nova estirpe do Sars CoV-2 que começou por surgir no Reino Unido e na África do Sul e depressa se espalhou ao resto do mundo.

Esta nova estirpe levou, inicialmente, Angola a fechar as fronteiras com os países afectados, como os dois citados mais a Nigéria e a Austrália, mas a nova variante já está em praticamente toda a Europa, Médio Oriente e Ásia.

Com a retoma dos estímulos económicos nos EUA, depois de a União Europeia, o Japão e a China, bem como outras das grandes economias mundiais, terem feto o mesmo, o barril de crude chegou no início da semana, no Brent vendido em Londres, aos 51.98 USD, mesmo à beira da fasquia dos 52 USD, estando, depois a cair ligeiramente, perto das 11:45 de Luanda, para os 51.74 USD e já hoje, 29, perto das 10:10 estava a valer 51,32 USD, apesar de tudo, mais 0,94% que no fecho da última sessão.

Recorde-se que o Executivo de João Lourenço definiu como preço de referência para o OGE 2021 39 USD, um valor conservador face aos riscos pandémicos na altura, o que faz com que estes mais de 51 USD de hoje sejam uma folga estupenda para as contas nacionais.

Mas, apesar deste cenário entusiasmante para os países exportadores de crude, a matéria-prima permanece bastante fragilizada nos mercados até que a pandemia esteja efectivamente dominada e que as novas variantes mostrem ser, de forma clara, reactivos às vacinas existentes.