"Não pondo em causa o respeito que Manuel Domingos Vicente mereça, procurar confundir esta empresa com um dos seus presidentes é, não só, lamentável, mas, acima de tudo, demonstra, uma vez mais, preconceito e pré-juízo", lê-se no comunicado que a petrolífera fez chegar às redacções.

No mesmo comunicado, a Sonangol nega qualquer envolvimento neste caso, que levou a uma acusação de corrupção do ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira, condenado a seis anos e oito meses de prisão, no seguimento do desfecho do julgamento, a 07 de Dezembro, em Portugal, do processo que envolveu o ex-presidente da empresa, e ex-vice-Presidente da República, com a petrolífera.

"A Sonangol, E.P. é uma empresa com diversos investimentos, incluindo em Portugal, junto de empresas cotadas, com responsabilidades, e não aceita que, também através desta decisão, tais empresas se vejam, ainda que indirectamente, atacadas e prejudicadas", expõe o comunicado, que acrescenta que a petrolífera "reserva-se à faculdade de recorrer aos meios próprios para fazer valer os seus direitos".

No mesmo documento, a petrolífera reitera os argumentos já tornados públicos durante o julgamento e "repudia" a forma como Tribunal coloca em causa "o afirmado".

"Para além do que agora se afirma, não pode a Sonangol, E.P. deixar de repudiar a forma como um Tribunal, ainda que de um país terceiro, vem colocar em causa o afirmado por esta empresa em comunicado público, e ainda mais em documentos oficiais seus, nomeadamente quando, em momento algum, tal Tribunal (ou qualquer outra autoridade portuguesa) questionou esta empresa sobre os pontos que agora levanta na sua decisão", lê-se em comunicado.

Na origem deste caso judicial está a suspeita do pagamento de 760 mil euros ao ex-magistrado do Ministério Público de Portugal, Orlando Figueira, para arquivar dois processos, um deles o caso Portmill, relacionado com a suposta aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.