Depois de algumas descidas mais acentuadas entre Março e Abril, desde Maio que cada nota de dólar norte-americano é vendida, segundo a cotação de rua, ilegal mas também indicativa para vários sectores de atividade, entre os 370 e os 390 kwanzas.

Hoje só foi possível encontrar em Luanda cada dólar a ser vendido a 390 kwanzas, em todos os bairros de referência da capital, como São Paulo, Mutamba e Mártires de Kifangondo ou Roque.

Na segunda quinzena de Março, cada dólar chegou a ser vendido pelas 'kinguilas' de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, a 340 kwanzas (1,82 euros), que foram então mínimos do ano.

Ainda assim, estes valores na cotação informal contrastam com o pico de 500 kwanzas (2,70 euros) por cada dólar dos primeiros dias de Janeiro.

Actualmente, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeira, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeiros, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola.

A taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) cifra-se há mais de um ano em cerca de 166 kwanzas (90 cêntimos de euro) por cada dólar, quando antes do início da crise provocada pela quebra das receitas com a exportação do petróleo, ainda em 2014, era de 100 kwanzas (55 cêntimos).

A actividade das 'kinguilas' foi condenada em Abril pelo governador do BNA, que advogou o seu fim.

"Não podemos ter, no nosso País, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro; não podemos ter o nível de uso de notas que temos estado a ter", justificou Valter Filipe.

As taxas de rua já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em Agosto e Julho, depois de máximos de 630 kwanzas em Junho, face à falta de dólares nos bancos.