O Oriente Médio entregue aos dramas que nunca aparecem nos telejornais ocidentais, que se esquecem dos senhores feudais que dirigem a Arábia Saudita mas fazem de mais uma gigantesca mentira, como a estória do gás químico na Síria, motivo para logo se acotovelarem no beija-mão ao homúnculo que representa o maior perigo para a Humanidade. O sucessor de Barack Obama.

Falemos então da Síria e lembremos apenas, a título de exemplo, algumas afirmações de personagens públicas absolutamente insuspeitas, a propósito deste primeiro acto criminoso da administração norte-americana fora das suas fronteiras. O senador pelo Estado da Virgínia, Richard Black, afirmou: "Os norte-americanos estão cansados de serem utilizados como ovelhas a caminho de matadouros para alimentar guerras de outros países como a Arábia Saudita e a Turquia".

Lembrou ainda que o objectivo final de toda esta farsa "é permitir que a Arábia Saudita e o Qatar possam construir um gasoduto através da Síria até à Turquia".

Carla Del Ponte, membro da Comissão de Inquérito das Nações Unidas que controla a utilização de armas químicas, afirmou ter recolhido evidências de que os rebeldes sírios, cujas campanhas de propaganda têm como base Londres e outras capitais ocidentais, "vêm utilizando armas químicas contra o exército regular sírio, fiel a Bashar al-Assad"...

Agora vejamos a questão do ponto de vista político mais simples que pode existir. Num momento como este, em que o Presidente sírio aparece vitorioso em várias frentes, teria algum sentido ordenar a utilização desse tipo de armas?

Só sendo um perfeito idiota, não tendo sentido de Estado, de repente e num momento em que se reconhece não haver alternativas para a Síria (ou, em último caso, alguém parecido com Trump, o que Assad não é, de certeza absoluta) poderia passar pela cabeça dos dirigentes sírios cometerem um acto criminoso desta natureza.

Os exemplos do Iraque, da Líbia e da Síria; a falsidade atroz dos governos ocidentais, com os seus meios de comunicação social a venderem a imagem que mais lhes convinha de Saddam, de Kadafi e agora a da Assad; as mentiras que se conhecem saídas da boca de todos quanto abençoaram a destruição de três países, todos reconhecidos pela sua moderação e até como retaguardas que serviam de tampão ajudando a Europa a manter-se tranquila e sem problemas de refugiados; cimeiras como a das Lajes, nos Açores, em Portugal, que se tornou historicamente inesquecível por se tratar do arranque de todo o doloroso processo que conduziu a este desastre actual, tudo isso são disparates mais do que suficientes para quem, como nós, conhece e de que maneira o conceito norte-americano e europeu ocidental de impor o seu conceito de democracia ao resto do mundo.

Socorramo-nos de uma velha e antiga realidade, que andamos a denunciar há anos e que é esquecida rapidamente na voragem com que as notícias vão sendo anunciadas sem debate, sem contraditório e tirando proveito da ignorância e da ingenuidade da esmagadora maioria das pessoas. Do livro O Clube Secreto dos Poderosos: O Império Bilderberg, de Cristina Martín Jimenez: «O que querem os Bilderberg? O poder absoluto. Acabar com todas as liberdades e converter-nos em escravos do império... O mundo homogéneo a que aspiram seria governado pelos senhores do poder e cada vez mais se assemelharia ao sistema retratado por George Orwell em O Triunfo dos Porcos»...

Recordemos David Rockefeller, segundo Jimenez, o autor da mais fiel definição do propósito oculto dos senhores do mundo: "Algo deve substituir os governos e o poder privado parece-me a entidade adequada para o fazer" (Newsweek Internatiional, 1 de Fevereiro de 1999).

Alguém ainda acredita que o dromedário chefe oficial da Casa Branca detém algum poder ou pode ordenar ataques de qualquer espécie? Perguntem a Noam Chomsky...