Mais de 300 quilómetros de rio, a jusante, da barragem da empresa Vale, um gigante mundial da mineração, ficaram fortemente contaminados com poluentes resultantes da actividade da empresa, revelou um relatório da ONG Fundação SOS Mata Atlântica.

O estudo que suporta o relatório foi constituído por análises à água do rio Paraopeba em 22 pontos, ao longo dos 505 quilómetros de extensão, atravessando todo o estado de Minas Gerais, mostrando os resultados que a contaminação se prolonga por pelo menos 305 quilómetros.

Ao longo dessa extensão, segundo o documento elaborado pela SOS Mata Atlântica, em nenhum local foi encontrada água com as condições mínimas de utilização, com valores de turbidez várias vezes superiores ao permitido pela lei brasileira.

Face a este cenário, com a tragédia humana em primeira plano, a empresa proprietária da barragem, a Vale, a maior produtora de ferro em todo o mundo, já se prontificou a agir com as "medidas possíveis" para garantir água potável às populações ribeirinhas afectadas.

Recorde-se que, segundo relatos da imprensa brasileira, o Ministério Público brasileiro diz que existem indícios fortes de que a Vale estava ciente dos riscos existentes naquela barragem desde Outubro do ano passado e que não agiu em conformidade.

Anteriormente, segundo dados recolhidos por outra ONG, a WWF-Brasil, no dia do colapso da represa, pelo menos 125 hectares de floresta foram varridos pela enxurrada.