O Hwasong-15, um novo modelo de projéctil de longo alcance norte-coreano, com dados verificados e confirmados pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul, mas também pelos EUA, atingiu ontem um recorde absoluto de 4 000 km"s de altitude, indo cair no Mar do Japão, a cerca de 960 quilómetros de distância do local de lançamento.

Tamanho sucesso, a que assistiu, segundo a televisão de Pyongyang, o Presidente Kim, foi divulgado com pompa e circunstância pela já mundialmente famosa mulher de cor-de-rosa, a apresentadora Ri Chung-hee, que garantiu que o novo ICBM do arsenal norte-coreano "pode chegar a todo o território dos EUA", quando, até aqui, apenas a costa do Pacífico estava no raio de acção dos mísseis de Pyongyang.

As reacções não se fizeram esperar e, mais uma vez, os vizinhos Japão e Coreia do Sul, e os EUA, pediram uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tendo, contudo, antecipado o aumento substancial das sanções ao regime de Kim Jong-un.

Mas desta vez o Twitter ainda não registou quaisquer sinais de irritação do Presidente dos EUA, Donald Trump, mas, numa reacção proferida na Casa Branca, disse, de forma sucinta, citado pela imprensa norte-americana: "Nós vamos tratar disto".

Longe vão os tempos das ameaças de Trump "de fogo e fúria" como o mundo nunca viu a tomar sobre a Coreia do Norte, ou de Kim Jong-un a afirmar que vai acabar por destruir os EUA num "mar de fogo".

Alias, nas últimas declarações de Donald Trump sobre a crise nas Coreias, este tinha dito que estava a procurar criar laços de amizade com Kim Jong-un. A resposta foi mais um projéctil balístico a atravessar os céus do Mar do Japão, o principal aliado de Washington na região.

Se calhar porque Trump, nessas mesas declarações, se questionada sobre os porquês de Kim lhe ter chamado "velho" quando ele nunca o tinha tratado por "gordo e baixote", antes pelo contrário, estava a fazer "um grande esforço para ser seu amigo".