Os vizinhos da Coreia do Sul foram os primeiros a perceber que um novo capitulo, e, como os anteriores, de desfecho impossível de adivinhar, se estava a desenhar à frente dos olhos do mundo, com estes lançamentos de armas tácticas sobre o complexo Mar do Japão, que os viznhos da Coreia do Sul e do Japão encaram como óbvios testes de armamento que visam os seus territórios em caso de deflagração de um conflito no futuro.

A agência noticiosa estatal norte-coreana, a KCNA, citada pelas agências ocidentais, avançou que os disparos foram feitos no Sábado, supervisionados pelo líder do país, Kim Jong-un, tendo sido feitos igualmente lançamentos de roquetes de curto alcance para o mesmo local.

"O objectivo foi o de testar as capacidades operacionais e precisão do disparo de roquetes e armas tácticas teleguiadas", apontou a KCNA

Mas, do ponto de vista mais alagado à questão essencial, que é político-geoestratégica, objectivo destes exercícios, é o de testar o pulso a Donald Trump.

Isto, por que, sublinhe-se, surgem num momento de tenso impasse nas conversações entre Pyongyang e Washington - que já levou a dois encontros entre Jong-un e Trump - que visam a desnuclearização da Península Coreana em troca de apoio ao desenvolvimento da Coreia do Norte, um dos mais fechados regimes do mundo, que salta de crise em crise económica apenas porque a China, principalmente, e a Rússia, têm, durante as últimas décadas, mantido o apoio em alimentos e energia.

Este apoio de Pequim e Moscovo ao regime norte-coreano, segundo analistas, resulta do interesse estratégico das duas potências em manter mais um foco de atenção para os EUA, com potencial de polarização das atenções de Washington.

É ainda de lembrar que esta nova escalada acontece cerca de 10 dias depois de Kim Jong-un ter ido à Rússia para um encontro com o seu homólogo Vladimir Putin.

Na primeira reacção a estes disparos, a Coreia do Sul apelou a Pyongyang a "pôr fim a acções que alimentam a tensão", como é o caso do lançamento de mísseis de curto alcance.