A medida foi anunciada na segunda-feira pelo Presidente Cyril Ramaphosa e vai ser mantida até 15 de Fevereiro, tempo que considera o mínimo para que todos aqueles que pretendem entrar na África do Sul possam fazê-lo conforme o exigido pelas disposições activas de combate à pandemia, nomeadamente a realização de um teste à Covid-19.

Isto, porque as autoridades sul-africanas estavam a constatar que uma grande parte das pessoas que chegavam às fronteiras do país não estavam na posse do teste exigido de despiste da infecção pelo novo coronavírus, como se pode ler nos media locais.

Com esta medida, as principais entradas terrestres na África do Sul estão encerradas, sendo que, entre elas, está a que liga com Moçambique, em Lebombo, e ainda os postos principais de entrada e saída do Lesoto, da Swazilândia e do Botsuana.

As entradas são permitidas apenas nos casos previstos de urgência, como em questões de saúde, transporte de mercadorias ou no regresso de cidadãos nacionais a casa. Os acessos marítimos e aéreos não sofreram alterações com esta medida.

O sistema público de saúde sul-africano está actualmente a sofrer uma forte pressão devido ao aumento muito significativo no número de novos casos originados pela nova variante do Sars CoV-2, que os especialistas apontam como bastante mais contagiosa, até 70%, mas, ao que os estudos até agora realizados mostram, menos nociva, com menor letalidade e com menos casos graves da infecção, embora atinja mais os jovens que a anterior estirpe.

Este pormenor de estar a infectar mais jovens, com estes a apresentarem mais sintomas da doença, é uma possível nova dor de cabeça para os países africanos porque a idade média muito baixa, por vezes inferior a 20 anos, tem sido apontada como uma das razões para que o continente esteja ainda a ser menos fustigado pela doença que, por exemplo, a Europa ou os EUA, cujas populações são substancialmente mais idosas.

Isto, quando os programas e campanhas de vacinação em África permanecem relativamente atrasados face ao que ocorre no resto do mundo.

A África do Sul é o país africano com mais casos, 1.246.643, registados até hoje, segundo o site da Universidade John Hopkins, que regista ainda 33.579 mortes, enquanto o segundo mais afectado é o Egipto, com pouco mais de 150 mil casos e cerca de 8 mil mortes.

Repatriamentos entre Angola e África do Sul para breve

Entretanto, o Governo angolano vai iniciar uma nova fase de repatriamento de cidadºaos nacionais da África do Sul, envolvendo pelo menos 1.370 pessoas.

Esta operação de repatriamento, segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, vai começar no próximo Sábado.

Entre os cidadãos a repatriar, cerca de 900 estão em Joanesburgo e os restantes na Cidade do Cabo.

Em sentido contrário estão perto de 880 pessoas, entre angolanos ali residentes e sul-africanos que foram apanhados com o fim das ligações aéreas em Angola.