Monir, que é um dos mais destacados jornalistas daquele país do Norte de África, contraiu a Covid-19 na cadeia, apesar de as autoridades saberem que, sendo doente de diabetes e de pressão arterial alta, se fosse infectado com a Covid-1, isso seria uma "condenação" quase certa à morte.

A denúncia da sua morte numa cela solitária do Hospital-Prisão do Cairo foi avançada pelo Comité Internacional de Protecção dos Jornalistas numa altura em que o Egipto, sob liderança do Presidente Abdel Fattah el-Sisi, acusado por diversos organismos internacionais de estar a reduzir através da coacção e da repressão a liberdade de imprensa no país.

A morte de Mohamed Monir vem destapar uma situação de grande perigosidade face ao crescendo da pandemia no Egipto que é o seu sobrelotado sistema prisional, onde se crê, apesar de não haver informação oficial credível, que estejam encarcerados muitos milhares de doentes com Covid-19, sendo uma grande parte dos detidos não foram sequer sujeitos a julgamento.

A sua detenção surgiu depois de Monir ter aparecido nos ecrãs da Al Jazeera, há cerca de um mês, sendo que este canal de televisão por cabo com sede no Qatar é muito mal quisto pelo Governo do Cairo, tendo sido desligado no país em 2013, quando Al Sisi liderou um golpe para destituir o então Presidente Mohamed Morsi.

As autoridades egípcias não foram sensíveis ao facto de Monir ser doente de diabetes e pressão alta, e que a sua detenção numa prisão sobrelotada e com abundantes casos da Covid-19 seria ma condenação quase certa à morte.

Recorde-se que um outro jornalista da Al Jazeera, Mahmoud Hussein, está detido no Cairo sem acusação formada desde Dezembro de 2016, apesar de múltiplos protestos internacionais.