Como os seus antecessores, Donald Trump voltou a assinar um acto presidencial de prorrogação do prazo, por seis meses, para adiar a imposição legal de transferência da embaixada de Telavive para Jerusalém aprovada pelo Congresso em 1998.

Todos os inquilinos da Casa Branca no pós 1998 têm sido obrigados a assinar a mesma dispensa presidencial de concretizar a mudança da embaixada para Jerusalém imposta pelo Congresso para garantir a manutenção do financiamento à rede diplomática dos estados Unidos.

No entanto, Donald Trump, ao contrário dos seus antecessores, garantiu que iria alterar este "status quo" por não concordar com estas prorrogações e por entender que Israel estava no seu direito de ver reconhecida Jerusalém como sua capital, o que ficaria definido por parte dos EUA se a abertura fosse concretizada.

Neste caso, alegou Trump, sendo que se trata do mesmo argumento dos restantes Presidentes dos EUA, foram razões de segurança para os interesses nacionais que o levaram a adiar novamente por seis meses a concretização plena da lei aprovada em 1998.

Isto, depois de a sua decisão, que levou a sua própria filha, Ivanka Trump, a dar a cara pela cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana na Cidade Santa, ter originado a morte de dezenas de palestinianos e ferimentos em mais de mil, durante os protestos organizados na Faixa de Gaza contra a decisão de Donald Trump.

A Cidade Santa de Jerusalém é de extrema importância para as três religiões monoteístas, critãos, judeus e muçulmanos, sendo que para os judeus e para o universo islâmico a cidade tem igualmente uma importância política fundamental, porque tanto Israel como a Palestina a requerem para sua capital por razões ancestrais.

Actualmente a cidade está ocupada por Israel mas os palestinianos nunca dela desistiram e uma boa parte das razões por detrás das permanentes escaramuças entre os dois lados reside na disputa pelo direito à cidade e aos seus locais sagrados fundadores das respectivas crenças.

Com este inesperado acto, Donald Trump está a ser acusado, depois de o Governo de Israel ter considerado aquele momento a 14 de Maio como histórico, de ter provocado dezenas de mortes e milhares de feridos em vão, e da parte Palestina, é sublinhada a decisão como de mero bom senso.

No entanto, ao contrário dos seus antecessores, depois de inaugurada a sede da embaixada, a Trump falta apenas garantir a construção da residência do embaixador na cidade de Jerusalém, o que culminará o processo de transferência da sua representação diplomática máxima em Israel.

Provavelmente, como admitem os analistas que estão a ser ouvidos um pouco por todo o mundo, com este gesto o Presidente dos EUA poderá ter conseguido garantir novos protestos e mais vítimas quando, daqui a seis meses, a questão da conclusão do processo voltar a colocar-se.

Ou então, assina, tal como fizeram os seus antecessores, sucessivas determinações presidenciais de dispensa por seis meses de cumprimento da lei aprovada em 1998 por razões de... segurança nacional.