Assange enfrenta nos EUA uma acusação por 18 crimes, incluindo divulgação de informação classificada e conspiração com Chelsea Manning, ex-militar norte-americano, para quebrar senhas de computadores do Departamento de Defesa dos EUA.

O fundador do WikiLeaks foi preso pela polícia britânica depois de ter sido expulso, em 11 de abril, da embaixada do Equador em Londres, onde se tinha refugiado desde 2012, cumprindo uma pena de 50 semanas por ter violado as condições de fiança estabelecidas em 2010.

Na próxima sexta-feira, o tribunal de Westminter, em Londres, vai analisar as provas de apoio apresentadas pelas autoridades norte-americanas, que pedem a extradição de Assange para os EUA, disse hoje Kristinn Hrafnsson, porta-voz do WikiLeaks.

A audição judicial será o primeiro momento de confronto entre a defesa de Julian Assange e as autoridades dos EUA, num processo que se deverá prolongar por vários meses, até uma decisão do tribunal britânico.

A justiça norte-americana invoca a lei antiespionagem para imputar várias acusações de crime a Julian Assange, considerando que o responsável do WikiLeaks divulgou informação classificada, quando publicou cerca de 250 mil telegramas diplomáticos e mais de 500 mil documentos confidenciais, relativos à atividade das Forças Armadas dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Kristinn Hrafnsson diz que a invocação de legislação antiespionagem para a acusação da justiça norte-americana revela "uma estrutura legal arcaica", que é agora usada "de forma inédita" para atentar "contra o jornalismo e contra a liberdade de Imprensa".

Julian Assange não deverá comparecer na audiência da próxima sexta-feira, encontrando-se numa unidade médica prisional, nos arredores de Londres, devido a complicações de saúde.