Do lado dos Republicanos foi o próprio Presidente Donald Trump que assumiu a liderança da campanha, percorrendo o país em discursos inflamados contra a ameaça dos imigrantes que, em caravanas oriundas da América Central, atravessam o México a caminho dos EUA, acusando os Democratas de quererem colocar em causa as sua conquistas na economia, onde se apresenta com o trunfo do crescimento económico e o emprego.

Do outro lado da barricada, dos Democratas, foi Barack Obama, o ex-Presidente dos EUA, que encabeçou a campanha, batendo-se contra a perda de valores humanistas que são a matriz histórica dos Estados Unidos e o avanço de uma visão nacionalista e anti-imigração corporizada pela Administração Trump.

Alguns analistas admitem, e as recentes sondagens sustentam, que, tal como acontece com frequência neste tipo de eleições nos EUA, normalmente a meio dos mandatos presidenciais, esta votação pode redefinir o peso de uns e outros nas duas câmaras do país - Representantes e Senado (Capitólio) - e ainda em 36 estados, onde os Democratas procuram ganhar terreno e influência na definição das políticas interna e externa.

Actualmente, os Republicanos controlam a Câmara de Representantes com 235 lugares enquanto os Democratas contam com 193, no Senado, a relação é de 51 Republicanos, 47 Democratas e dois independentes.

Os estudos de opinião realizados por diversos media norte-americanos admitem que a Câmara dos Representantes mude de mãos, com uma vitória à tangente dos Democratas, deverá avançar entre os estados onde os governadores estão em disputa, mantendo, todavia, a maioria no Senado.

O forte empenho de Donald Trump nesta campanha, desdobrando-se em comício atrás de comício, com discursos inflamados, permite como leitura o receio de perder os Representantes, Câmara onde a "bomba atómica" para a sua Presidência pode ser largada constitucionalmente, através de um processo de destituição - impeachment - por causa das reiteradas suspeitas de conluio com Moscovo em alegadas manobras para influenciar as eleições a seu favor, entre outras possíveis justificações.

Mas, seja qual for o resultado, desde que os Democratas vejam fortalecido o seu poder numa das Câmaras, algo vai mudar a partir de amanhã: Donald Trump terá menos espaço de manobra para aplicar a sua visão nas políticas interna e externa.