O Presidente norte-americano está a ser alvo de um processo de destituição movido pela oposição do Partido Democrata na câmara dos Representantes, onde tem a maioria, com base numa alegada pressão de Donald Trump sobre o seu homólogo ucraniano para prejudicar Joe Biden, o provável democrata que o confrontará nas eleições presidenciais de Novembro de 2020.

Um "golpe de estado", disse Trump para explicar o que lhe está a ser feito pelo Partido Democrata na câmara dos Representantes, a segunda câmara do Congresso, que controla - a outra é o Senado, que terá de confirmar este processo e onde os Republicanos estão em maioria -, depois de ser conhecida a sua tentativa de pressionar o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Oleksandrovych Zelensky.

Trump, que nega as acusações, segundo a transcrição oficial do telefonema que fez a Zelensky (na foto, com Trump), pediu-lhe para mandar investigar o filho de Joe Biden, Hunter Biden, no âmbito de uma alegada actividade ilegal naquele país europeu, onde esteve a trabalhar, de forma a colocar em xeque o seu pai, que é quem está melhor posicionado para ser nomeado pelo Partido Democrata como candidato Presidencial em Novembro de 2020.

Esta forma de defesa de Trump ocorre, como tem estado a noticiar a imprensa norte-americana, quando a sua Administração foi ao armeiro buscar as armas mais pesadas para contra-atacar, como é disso exemplo a decisão do seu Secretário de Estado, Mike Pompeo, em impedir, ou atrasar, através de duvidosos expedientes, um conjunto de funcionários de irem testemunhar no âmbito do processo de preparação do impeachment.

"Todos os dias me convenço mais de que o que me está a ser feito não é um processo de destituição, é um golpe de estado", escreveu Trump na rede social Twitter, acrescentando que o que os Democratas pretendem é "tirar a decisão do voto ao povo, a sua liberdade de escolha" ou ainda a sua "religião, o muro na fronteira e os direitos que lhe foram dados por Deus enquanto cidadãos dos EUA", naquilo que é "a maior caça às bruxas" de sempre.

Mas, no fim da linha, o que está em causa para Donald Trump, é a luta pela defesa da sua presidência, claramente ameaçada, como sublinham os Democratas, por um "gravíssimo" abuso do cargo, ao ter tentado pressionar um Chefe de Estado estrangeiro como forma de tirar daí ganhos eleitorais, usando os instrumentos do Estado.

Isto, porque, recorde-se, Trump ameaçou Zelensky de impedir a entrega de um substancial apoio financeiro à Ucrânia que tinha sido já aprovado pelo Congresso se não acedesse a mandar o Ministério Público local abrir um processo de investigação a Joe Biden e ao seu flho, Hunter Biden.