A escassez de fundos para procurar soluções para problemas que são comuns nestas regiões e a maior severidade da seca que actualmente atinge estes países são as razões principais apontadas por esta agência da ONU, que é aquela que aparece normalmente na primeira linha da resposta internacional às calamidades que geram grandes fluxos de refugiados como é o caso da fome.

Adrian Edwards, porta-voz do ACNUR, reuniu a imprensa internacional em Genebra, na Suíça, para lançar este alerta por forma a que, quando começarem a ocorrer as mortes em massa de pessoas nestas partes de África, que ninguém fique surpreendido, porque se tratará de, mais um vez, a falta de acção e de resposta.

Este problema tornou-se "tão grave que uma crise humanitária que poderia ter sido evitada, se está a tornar inevitável", sublinhou Edwards, acrescentando que "o risco de mortos em massa provocados pela fome entre as populações do Corno de África, do Iémen e da Nigéria aumenta".

Em 2001, a fome matou mais de 260 mil pessoas no Corno de África e a ONU teme que este número possa ser substancialmente ultrapassado se nada for feito agora, para debelar os conflitos que assolam a região, socorrer as pessoas vítimas da seca e encontrar formas de tornar as suas agriculturas mais resilientes à escassez de chuva.

Para minimizar a tragédia que se avizinha, o ACNUR e a ONU pedem à comunidade internacional que disponibilize cerca de 4,5 mil milhões de dólares, tendo, até ao momento, conseguido menos de um quarto deste montante, cerca de 980 milhões.