A presidente do Conselho de Administração da Sonangol conserva o título de mulher mais rica de África, exibindo, a par da nigeriana Folorunsho Alakija, o estatuto de bilionária.

As duas empresárias são as únicas mulheres na lista de bilionários africanos de 2017, recém-divulgada pela revista Forbes, embora Alakija tenha metade (1,6 mil milhões de dólares) da fortuna de Isabel dos Santos.

Na liderança do ranking aparece o "rei do cimento" nigeriano, Aliko Dankote, com uns chorudos 12,1 mil milhões de dólares.

Já Isabel dos Santos destaca-se na classificação pelos investimentos em Portugal e em Angola, incluindo, segundo enumeração da Forbes, "25% da Unitel, 42% do BIC, 6% da Galp Energia", neste último caso detidos em conjunto com o empresário português Américo Amorim.

"Embora os seus representantes neguem que os seus activos tenham ligação ao pai, o Presidente José Eduardo dos Santos, a pesquisa da Forbes descobriu que o mesmo lhe transferiu acções de várias empresas angolanas", lê-se no site da publicação, que recorda as suspeitas levantadas, em Outubro de 2015, por quatro eurodeputados.

Na ocasião, os parlamentares questionaram a legalidade dos investimentos de Isabel dos Santos em Portugal, sob o pretexto de que "o Estado angolano poderia estar a financiar, indirecta e ilegalmente" os negócios da empresária.

As alegações são desmentidas pela líder da Sonangol, que, através de um porta-voz, defendeu, em declarações à Forbes, a legitimidade dos seus ganhos. "Isabel dos Santos é uma mulher de negócios independente e uma investidora do sector privado, representando apenas os seus interesses", disse o responsável, acrescentando que os "investimentos em empresas em Angola e/ou em Portugal são transparentes".

Segundo o porta-voz de Isabel dos Santos, citado pela Forbes, a legalidade dos negócios da empresária pode ser comprovada pelas ligações a entidades externas como bancos e reputadas firmas de advogados.